sábado, 11 de maio de 2024

Só boquete é traição?

 

Só boquete é traição?

 

Ana Regina R. S.

Vila Carioca - São Paulo – SP

Nascimento: 2006

Acontecimento: 2023-24

 
 
Existem coisas deprimentes, lugares deprimentes, ambientes deprimentes, locais de trabalho deprimentes.
 
...
 
Eu estava terminando o segundo grau, meio atrasada, estava precisando trabalhar, meio sem grana, meu namorado falou com o amigo dele, o amigo dele arrumou pra mim na fabriquinha onde ele trabalha, e chupei o pinto dele.
Só chupei, só fiz boquete.
Isso não é traição, é?

Está certo que chupei muitas vezes, mas, mesmo assim… uma amiga diz que traição é só quando a gente transa, mas a minha prima diz que é traição, sim, e das mais nojentas.
- Suja a boca com a porra do outro e depois vai beijar o namorado. Coitado! Faz ele chupar pau por tabela.
E agora?
Estou confusa.
Vou contar como aconteceu.
 

 
A fabriquinha era (é ainda) realmente uma fabriquinha, uma fabriqueta. Faz placas para aparelhos eletrônicos, tem uns tanques de produtos químicos onde mergulham as placas, fica num galpão alto, sujo, imundo na verdade, cheio de tranqueira por todos os lados.
Um lugar deprimente para trabalhar, num bairrozinho bem deprimente também.
A minha sorte foi que raramente eu entrava na fábrica, pois o meu trabalho era no escritório, que fica no outro lado da rua, num ambiente menos deprimente, mas, mesmo assim, nada parecido com um escritório de verdade.
O meu azar foi que no escritório praticamente só trabalhava eu e o (trabalha ainda) o Gustavo, o amigo do meu namorado que havia me arranjado a vaga.
Tinha os dois patrões, o Lua e o Daniel, muito novos ainda, que também usavam o escritório, mas raramente ficavam por lá. Ou estavam na fábrica, gerenciando a produção, ou estavam na rua, visitando clientes, fazendo vendas.
Quer dizer, 99,9% do tempo era mesmo só eu e o Gustavo ali, em nossas escrivaninhas, entre armários de arquivos, prateleiras, caixas de papelão e outras tranqueiras.
Ô lugar chato! Nem mesmo uma paisagem para se poder olhar pela janela... a janela dava para um muro de sei lá quantos metros de altura, e era cinza.
No início, até andei aplicando os meus dotes femininos e fiz alguma arrumação naquele escritório, mas logo descobri que era um esforço inútil, pois sempre chegava mais tranqueiras e eram simplesmente jogadas no chão.
Desisti.
E eu tinha pouco serviço, atender telefone, ler e-mails, digitar algumas coisas, e no mais era ociosidade total.
Com o Gustavo não era muito diferente, ele só ficava desenhando as placas, coçando o saco, e conversando comigo, e coçando o saco... coçando mesmo.
Não foram poucas as vezes que vi ele coçando o saco.
Nas primeiras vezes foi por acaso, nas outras eu ficava espreitando, disfarçadamente, enquanto ele, disfarçadamente, coçava.
Coçava ou alisava?
Comecei a desconfiar que ele alisava, porque tinha vezes que, depois de coçar, ele ia ao banheiro.
E do banheiro saía com aquela carinha de quem havia acabado de dar uma... quer dizer, de bater uma.
Então ele não coçava mais, até o dia seguinte.
Estou correndo risco, eu pensava.
Mas ver o Gustavo coçando o saco até que foi bom; pelo menos eu tinha uma distração que me ajudava a passar o tempo.
Só que um dia...
Teve um dia...
Naquele dia...
Bom...
Não sei o que me deu, não sei mesmo.
Eu estava na maior distração, vendo o Gustavo coçar o saco, estava até menos deprimida que nos outros dias, estava...
Ele foi para o banheiro e fui junto, segurei a porta antes que ele fechasse.
- O que foi? – ele perguntou.
- Tira! – ordenei.
- Tira o quê?
- Tira o pinto.
- Tirar o... mas...
- Você não tem namorada, não? – fui falando e, ao mesmo tempo, alisando o seu pau, por cima da calça. – Abre! Tira. Vai!
Ainda um tanto confuso, meio cismado, ele abriu a calça e seu pinto...
Seu pauzão saltou para fora, duro, nervoso, querendo encrenca.
Quem costumava dizer que o pinto estava querendo encrenca era um menino que conheci lá pelos meus tempos. Foi ele quem me ensinou a bater punheta.
Bati uma punheta para o Gustavo.
Juntei o pintão dele, grandão mesmo, enchi a mão, corri para a base, trouxe até a cabecinha, corri para a base, fui acelerando o ritmo, fui apertando, acelerando...
Ele me agarrava, apertava os meus peitos, apertava a minha bunda, quase apertou a minha xana, tudo por cima da minha roupa. E só não apertou ela porque não deixei, virei o quadril, resmunguei que não queria.
- É você quem está precisando. – meio que falei.
Ô menino demorado pra gozar.
Aquele menino que me ensinou eu só conseguia bater direito na segunda, porque na primeira era só eu pegar e ele já estava espirrando pra tudo quanto é lado.
Meu namorado já é mais calmão, eu também. Nem sempre a gente transa, por falta de tempo, de lugar, e então vamos na punheta e/ou no boquete. Mas ele demora um pouco até gozar porque fica segurando, diz que é para ficar mais gostoso, enquanto que eu, mesmo querendo gozar, fico naquela demora, chego quase, esfrio, vou esquentando novamente... sempre dou o maior trabalho pra os dedos e/ou para a língua dele.
Mas o Gustavo, ele não estava segurando, eu via que ele queria gozar, só que, não sei se por causa do tamanho do seu pau, ele não estava conseguindo mesmo.
Eu punhetava, punhetava, apertava mais na ponta, apertava mais na base, acelerava, ia devagar, e ele me apertando, querendo enfiar a mão... eu já estava quase gozando só de fazer pra ele e ele naquela lerdeza.
Então descobri o que faltava.
Sem querer ou por querer abreviar o tempo, encostei a boca no ouvido dele e falei.
- Goza, goza!
Rapaz!
Ele estremeceu todo, me apertou todinha, soltou uns gemidos violentos, começou a agitar o quadril como se estivesse comendo alguém...
Quanta porra!
Quanta porra!
Um monte e tanto na minha mão, outros montes na parede.
E então fiz a maior descoberta da minha vida.
Descobri que não é vantagem nenhuma o menino ter o pinto grande. Aquele menino gozava e permanecia com o pinto duro, meu namorado goza e permanece com o pinto duro, mas o Gustavo... foi gozando e foi amolecendo, murchando.
Fiquei com aquele pescoço de frango morto na mão, soltei.
- Limpa a parede. – mandei, enquanto procurava lavar a mão.
- Deixa eu fazer pra você.
- Deixo não. Você é quem estava precisando. Eu tenho namorado.
Ele ainda insistiu, mas não deixei mesmo. Bem que eu podia ter deixado. Bem que é gostoso gozar com o menino batendo punheta pra gente, mas, simplesmente, eu não queria, não estava a fim.
 
...
 
Eu não estava a fim naquele dia, também não estava a fim no dia seguinte, na semana seguinte, na outra.
O que aconteceu foi que ele gostou da ideia, amou, e ao invés de ficar coçando, preferia que eu “coçasse” pra ele.
E o que aconteceu depois do que aconteceu foi que, certo dia, pensando em fazer ele gozar um pouco mais rápido, ao invés de ficar em pé ao lado dele, batendo punheta pra ele, sentei no vazo sanitário, fiquei na altura, fiz boquete.
Que inundação na minha boca!
Que inundação!
Mas foi nesse dia, depois da inundação, que não resisti e deixei ele fazer pra mim.
Ele sempre queria me punhetar, mas eu não deixava. Não sei porque, mas eu preferia gozar com o meu namorado.
Mas, naquele dia, ao invés de tentar me punhetar, ele me levantou, me encostou na parede, ficou de joelhos aos meus pés, ergueu a minha saia, coisa que raramente eu usava (até aquele dia), baixou minha calcinha.
Que língua!
Que chupada levei!
Então adotei a saia como roupa de trabalho.
E assim, por longos e deliciosos meses, aquele escritório deprimente já não era tão deprimente, pois o Gustavo queria boquete de manhã, e eu também, e queria boquete à tarde, quando o seu pau endurecia de novo, minha xaninha ficava molhada de novo.
Nunca dei pra ele, nunca mesmo.
E não foi por causa do tamanho do seu pau, não foi por nada. Simplesmente eu não queria mesmo.
Bater punheta pra ele.
Fazer boquete pra ele.
Ele bater punheta para mim.
Ele me chupar.
Só isso... ou tudo isso que a gente fazia já estava bom demais e, além disso, eu não estava traindo o meu namorado... quer dizer, acho que não.
Tinha aquele negócio da porra na boca, mas eu sempre lavava.
Tudo foi assim, e só assim, até que saí para um emprego melhor, num bairro não deprimente, uma firma não deprimente... mas com alguma saudade daquele antigo empreguinho deprimente.
 
...
 
Detalhe: nem a minha amiga e nem a minha prima sabem dessa minha história... quer dizer, sabem, mas não sabem que foi comigo, pois inventei que foi uma outra menina que...

 
 

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