sábado, 25 de maio de 2024

O Detetive Carlos em: Um carnaval diferente - Parte I

 

O Detetive Carlos em:

Um carnaval diferente

 

Danpholias B. T. (1980) – São Paulo – SP
Transcrito por Anna Riglane

 

Parte I



Quinta-feira - Final de tarde, já quase noitinha

Tomando uma

 

Certo dia, eu, Marcelo, homem de pouco mais de 32 anos de idade, saí pela portaria de um edifício, atravessei a estreita e movimentada rua e, olhando desconfiado para trás e para os lados, entrei no pequeno bar de esquina.

Já no bar, procurei um banco para sentar, num canto onde podia ficar encostado na parede, e, sempre olhando desconfiado, principalmente na direção do edifício de onde eu havia saído fazia pouco.

O garçom apanhou uma garrafa de cerveja e apressei-me em impedir que ele a abrisse.

- Só uma latinha. - falei.

- Latinha? - indagou o garçom. - Já terminou o expediente meu! Amanhã é sexta-feira de carnaval, véspera de feriadão. Pode mandar a costumeira.

- Mas hoje ainda é quinta. Sem chance. - falei. - Vou ter de ficar além do expediente novamente. Na certa o homem vai ter mais uma daquelas suas reuniões e eu, pra variar, vou ter de ficar esperando. Hoje é dia que só chego em casa depois das dez.

Bebi apressadamente a cerveja, mais para matar a sede da bebida do que exatamente pelo prazer de beber.

Enquanto bebia, observava uma moça que saia do mesmo edifício do qual eu tão atenciosamente espreitava a portaria.

A moça parou na calçada, olhou com uma certa vivacidade para a sua esquerda, e logo se animou, quando percebeu a aproximação de um carro, no qual entrou rapidamente.

Um close no olhar da moça mostraria que ela temia ser vista e, por isso, olhava para todos os lados, enquanto parecia querer fugir dali.

- Esse aí é que está certo. - diz o garçom. - É toda semana. Quando o marido não vem, é ele que marca o ponto.

- E quem a vê pelo corredor do prédio, conversando com todo mundo na maior seriedade - falei. -, sequer é capaz de imaginar que ali existe uma esposa infiel.

- Mas é sempre com o mesmo cara. - diz o garçom. - Vai ver é paixão antiga. Sabe como é... quase ninguém consegue casar com quem de fato gostaria. É por isso que existem tantos casos de infidelidade. Mas é claro que existem também aquelas que traem por sacanagem mesmo, sem contar ainda as que traem por interesse.

- Interesse? - perguntei, percebendo que que estava "viajando" enquanto o outro falava e voltando minha atenção para a conversa.

- Claro! - diz o garçom. - Quantas por aí não são bem casadas e nem por isso deixam de fazer um agrado ou outro para o patrão? Isso não é interesse?

Bebendo a cerveja, agora em ritmo mais lento, eu me deixava levar pela imaginação e até via a mulher e o homem entrando em um motel.

Logo em seguida, adiantando a imaginação, via os dois no quarto aos beijos e abraços, um despindo o outro...

O homem já estava tirando a calcinha da mulher, quando o garçom interrompeu meus pensamentos.

- Tá viajando cara?

- Acho que sim. - falei. - Mas estou aqui pensando no que você disse, que quase ninguém consegue casar com quem de fato gostaria!

- Mas não é verdade? - indagou o garçom. - Basta conversar com qualquer um para ver que é assim mesmo.

- Acho que você tem razão. - falei. - E tem razão também em outra coisa; Quantas não traem por puro interesse, para agradar o patrão?

 

 

Quinta-feira - Noitinha

De motorista a detetive particular

 

A cerveja acabou.

Fiz sinal para o garçom abrir outra.

E no embalo, uma branquinha para conferir.

Comecei a terceira lata, quando, então, me vi atravessando a rua, imaginando o casal lá no motel, na tradicional posição de papai-e-mamãe, já transando em ritmo acelerado.

Entrei no edifício e subi com o elevador, chegando até a sala da secretária, que antecede a sala do patrão.

Corri os olhos pelo grande ambiente, enquanto divagava.

- Dr. Paulo, Dr. Paulo. O senhor é que está com tudo. Dinheiro que não acaba mais, uma secretária pra lá de gostosa. Ela está noiva, mas qual o problema? Só de trabalhar ao lado de um mulherão desses já é um prazer absoluto. E quem sabe que ela não dá uma canjinha pra ele? Afinal, quantas mulheres não traem só para agradar o patrão? Mas de que adianta? O homem só pensa em trabalho. Não para um minuto sequer para descansar, para aproveitar a vida...

Num repente, vi as imagens da minha mulher, dos meus dois filhos pequenos e da minha casinha. Voltei a pensar.

- Eu lá, morando naquela casinha sem acabamento, e o homem aqui, cheio de dinheiro. Eu com aquela pobre mulher acabada, e ele com essa secretária das mais gostosas.

Voltei a imaginar

- O casal lá no motel. A mulher de quatro na borda da cama e o homem em pé, atrás dela.

Voltei a pensar.

- Mas pior de tudo mesmo é levar chifre. Aquela desgraçada lá no motel, dando pra outro, e o marido sem saber de nada. Será que minha mulher já me traiu alguma vez?

Voltei a ver a imagem da minha esposa na casa humilde.

Voltei a pensar:

- Ela já trabalhou de secretária. Será que...? Não! Isso não pode ter acontecido comigo? Mas eu nunca a vigiei como devia. Vai saber. De mulher não se pode descuidar de jeito nenhum. Tem que fazer marcação cerrada. Se eu tivesse grana, seria capaz de pagar um detetive para vigiá-la o tempo todo.

Caminhando, atravessei a sala e cheguei à porta da sala do Patrão. Abri a porta um pouco, mas parei logo em seguida, diante da cena que presenciei.

 

Dr. Paulo estava em pé ao lado da sua escrivaninha, com as calças arriadas até os joelhos.

Estava de olhos fechados e gemendo de prazer. Eliane estava com um joelho no chão e a outra perna dobrada, o vestido caído junto ao ventre, deixando à mostra suas pernas e sua calcinha.

A moça estava chupando o pau do Dr. Paulo.

 

Não acreditei. Limpei os olhos. Chacoalhei a cabeça. Me belisquei.

Mas era real.

 

Dr. Paulo estava em pé ao lado da sua escrivaninha, com as calças arriadas até os joelhos.

Estava de olhos fechados e gemendo de prazer. Eliane estava com um joelho no chão e a outra perna dobrada, o vestido caído junto ao ventre, deixando à mostra suas pernas e sua calcinha.

A moça estava chupando o pau do Dr. Paulo.

 

- Então é isso! - raciocinei ou pensei. - Tanto que eu critico o homem por não saber se divertir com o dinheiro que tem e ele se diverte aqui mesmo, no escritório. E a Eliane, quem diria? Noiva e traindo o noivo chupando o pau do patrão. Isso sem contar outras coisas mais que devem fazer.

Mas os meus pensamentos forem interrompidos por um leve ruído que indicava a abertura da mesma porta pela qual eu havia acabado de entrar.

Olhei para trás e vi Rodrigo, o noivo de Eliane, adentrando a sala.

Voltei alguns passos, afastando-me da porta e fiquei indeciso quando ao que fazer.

Não sabia se devia deter o rapaz, para que ele não visse a cena ou se fazia exatamente o contrário, para que ele soubesse o que sua noiva estava fazendo.

Não fiz nenhuma coisa nem outra.

Dei mais alguns passos, cumprimentei Rodrigo e sentei-me numa poltrona, de onde pude continuar vendo a sacanagem, através da porta meio aberta.

Rodrigo sentou-se numa poltrona do lado oposto da sala e puxou conversa.

- Está um lindo final de dia, não é mesmo?

Acenei que sim, enquanto dividia o olhar entre Rodrigo e o casal na outra sala.

Rodrigo continuou falando:

- Vim buscar minha noiva para escolher o dormitório. Vamos nos casar dentro de três meses, sabia?

Casar? Que idiota! Se soubesse o que sua noiva está fazendo, ali do outro lado da parede... - eu pensava, quase falava, quase gritava.

Na sala ao lado, Dr. Paulo chegava à reta final, despejando-se na boca e no rosto de Eliane.

Na sala anterior, Rodrigo procurava uma revista para folhear, enquanto eu me agitava, devido à visão que tinha da outra sala.

Falei em pensamento:

- Levanta daí, seu corno! Venha ver o que sua noiva está fazendo. Que nojo! Que nojo! E você aí sem saber de nada.

E me perguntei em pensamento:

- Meu Deus! Será que algum dia minha mulher também...?

Ainda assistindo aos dois na outra sala, vi a moça limpando boca e o rosto com as próprias mãos e com uma toalha que já tinha para a ocasião.

Depois vi a moça se levantando, ajeitando e roupa e caminhando na direção da sala onde eu estava, junto ao seu noivo.

Eliane mostrou-se surpresa ao entrar na sala e deparar com o rapaz.

- Chegou mais cedo! - disse ela, enquanto brindava o noivo com um magnífico beijo na boca.

 

. i e t i m o v   e s a u Q

 

Mais algum tempo e o casal se despede e sai, abraçados.

Permaneci sentado no sofá, pensando.

- Será que quando minha mulher trabalhava...? Será que ela...?

Mas os meus pensamentos foram interrompidos pela voz do Dr. Paulo, que me chamava à sua sala.

Ele falava ao telefone, ordenando a entrega de lanches e algumas latinhas de cervejas. Disse quem era, deu o endereço e desligou.

- Alguma reunião hoje, Dr. Paulo? - perguntei, com o pouco de intimidade que eu tinha com o patrão.

- Tenho sim! - disse o homem, respondendo à minha pergunta. Ou melhor, nós temos, pois a reunião hoje é entre nós dois.

- E essa agora? - comecei a pensar. - Depois de traçar a secretária, o homem está agora com gracinhas para o meu lado? Dou com uma cadeira na cabeça dele.

Chegaram os lanches e as cervejas e o Dr. Paulo espalhou tudo sobre a mesa, oferecendo logo uma latinha para mim.

- Sou motorista. Não posso beber. – falei, como se já não tivesse com a cara cheia.

- Uma ou duas latinhas não vão tirá-lo do seu estado normal. - disse-me o patrão, insistindo para que eu bebesse e também comesse a minha parte dos lanches.

Enquanto comíamos e bebíamos, o homem foi me explicando a razão daquela reunião.

Dr. Paulo começou com certos rodeios, dizendo que estava com alguns problemas sérios e de que precisava de alguém que pudesse compreendê-lo.

- Sinto que estou sendo traído pela minha mulher - ele disse. - E preciso de alguém para descobrir se isso é verdade, e se for, com quem ela me trai.

Tentei então convencê-lo de que ele podia estar enganado, mas o homem não se convenceu e disse que tem em mente arrumar alguém para vigiar a esposa.

Sugeri um detetive profissional, mas ele disse que eu é quem iria fazer o papel de detetive.

Da mesma forma que Dr. Paulo continuou convencido de que era um chifrudo, também acreditava que eu era a pessoa ideal para fazer o trabalho.

Primeiro porque, pelo que desconfiava, o serviço deveria ser feito dentro da própria casa, e ele não poderia colocar um detetive profissional de plantão na sua residência.

Segundo por que eu era o eterno quebra-galho do escritório em tudo o que era serviço e manutenção das instalações elétricas e telefônicas e, por isso, podia instalar-me na casa, morar por lá alguns dias, fazer realmente alguns serviços que necessitavam ser feitos, e assim estar bem próximo do ponto principal da investigação, que era dona Laura, sua mulher, que quase nunca saía de casa e devia, portanto, receber seu amante lá mesmo.

Mas o argumento maior do Dr. Paulo veio na forma de uma irrecusável oferta financeira.

E com pagamento adiantado.

E com um carro para usar durante o serviço e ser meu depois do serviço.

Logo brilhou a minha mente... um carro... um carro.

E calculei, também mentalmente, que com o dinheiro oferecido poderia realmente deixar minha família numa situação mais do que confortável, enquanto eu passava o carnaval na casa do patrão.

- Tem de ser agora durante durante o carnaval - disse o doutor -, porque posso simular uma viagem e... Você vai ficar morando lá até descobrir tudo. Amanhã mesmo você vai comigo e fica por lá. Pode avisar sua família.

Chegar em casa de carro, avisar a família, e deixar um bom dinheiro para a mulher e as crianças - eu pensava, já começando a achar graça na ideia de me transformar num detetive.

Quem sabe não estaria nascendo aí um grande herói das histórias policiais?

Em casa, naquela mesma noite, a mulher parecia não ter achado a mesma graça que eu, exceto quando viu o carro e a quantia de dinheiro em suas mãos, e ouviu a promessa de que ainda viria mais.

- Com esse dinheiro dá até para fazer o puxado da lavanderia, o quarto das crianças... - começou a dizer, desfiando um rosário de desejos há muito contidos.

- Calma mulher! - eu disse, interrompendo os seus projetos. Depois a gente vê o que fazer com esse dinheiro. Por enquanto, só quero que você e as crianças passem um carnaval dos melhores.

- Que bom! - concluiu ela. - As coisas têm andando tão difíceis ultimamente. Nunca sobra dinheiro para nada. Já andei pensando até mesmo em voltar a trabalhar. Sabe aquele emprego de secretária que eu tinha? Pois a Célia me disse que...

- Pode parar! Trabalhar para quê? E ainda mais de secretária! Esqueceu que tem as crianças para cuidar?

E naquela noite sapequei umas duas com a mulher, de forma mais caprichada, sabendo que teríamos longos dias de ausência pela frente, pois no dia seguinte já estaria de mudança para a minha casa temporária, meu novo emprego temporário.

E não esqueci de preparar uma matula de roupa, junto com a mulher.

 

 

Sexta-feira - Manhã

Minha nova casa e família

 

Pensei que só pobre é que tivesse família grande, mas estava bastante enganado. Sem contar que ainda há motoristas, cozinheiras, faxineiras, cachorros...

Foi por volta das onze horas da manhã que cheguei com o Dr. Paulo à casa dele, onde ele pretendia me instalar, me passar uma lista de consertos que eu devia realizar.

E chegamos no carrinho da firma dele, mas que já era meu.

 Ele tinha de me apresentar a família.

Porém, como ele mesmo reconheceu, o melhor era eu ir conhecendo aos poucos, pois não estavam todos presentes e tampouco eu iria guardar nomes de todo mundo.

Em todo o caso, ele me fez uma lista de nomes, parentescos e funções, observando, que os meus olhos deviam estar voltados para a Dona Laura, sua esposa.

- É dela que você tem de seguir todos os passos. Se for preciso, coloque uma câmera no quarto dela e a vigie 24 horas por dia.

Bem que a ideia de colocar câmeras me agradou, mas não para espionar a coroa, pois além da empregada, gostosa feito ela só, havia por ali uma meia dúzia de mulheres, moradoras ou visitantes, que valiam a penas ser espionadas, olhadas, secadas.

Mas tudo se ajeita com o tempo, eu ia pensando, enquanto tomava posse do meu quarto de dormir, local, aliás, que não gostei muito.

Ao menos no início eu não gostei do lugar que ele me reservou, pois não era nada mais nada menos que um velho barracão cheio de tranqueiras e coisas em desuso, sendo que a cama era apenas um sofá.

E se não bastasse, o barracão era de madeira e havia frestas por todos os lados.

- Você não queria que eu te desse um quarto lá dentro da casa, não é? - falou o homem.

Podia pelo menos me colocar para dividir o quarto com a empregada... - quase falei, mas minha intimidade com o patrão não me permitia tanto.

Ajeitei minhas coisas ali, no canto onde tinha o sofá, descobri que o banheiro, este sim, era o mesmo utilizado pela empregada, com a diferença de que eu tinha de atravessar o quintal para chegar lá, enquanto que o quarto dela já estava ao lado.

Andei com o homem pela casa e ele foi me mostrando o que precisava ser consertado, desde telefone, cabo de televisão, tomada de eletricidade, chuveiro vazando, até um lustre que teimava em não ascender de jeito nenhum.

Eu prestava atenção em tudo, fazia anotações, listava material que precisava ser comprado, e ficava de olho num ou noutro par de pernas que desfilavam pela casa, algumas envoltas em saídas de banho ou toalhas, pois estava um calor de rachar e eles aproveitavam a piscina.

- Essa é minha filha mais velha. - ele dizia, ao passarmos por uma simpática moça. - As outras duas são amigas dela. Aquela ali é minha filha do meio, tem quase a mesma idade do meu único filho, e está faltando a caçula, que deve estar trancada em seu quarto, no computador.

Não gostei da sua filha do meio. Muito antipática. Pensei em comentar com ele, mas não comentei, claro.

Mas que a menina tinha uma cara de ranzinza, isso tinha, bem o oposto da irmã mais velha.

Cristina, a empregada, sorriu de orelha a orelha quando soube que, finalmente, teria uma televisão funcionando no seu quartinho.

Mas enquanto ela sorria eu mirava suas pernas, sua bunda, seus peitos.

Será que o Dr. Paulo e ela...?

Era um caso para eu investigar também. Mesmo porque logo descobri que ela era casada e se estivesse traindo o marido com o patrão a coisa seria mais emocionante ainda.

Mas o próprio Dr. Paulo tratou de mudar o rumo das minhas indagações.

- Essa aí se posa de santa, mas acho que ela e o Romildo andam se enroscando por aí.

- Quem é o Romildo? - perguntei, já cheio de ciúmes e de raiva.

Algum tempo depois eu estava no "meu" carro com o Romildo, o motorista da família, rumo à loja de materiais para construção, que ele foi me mostrar.

Puxei conversa, descobri que ele também era casado, fiz perguntas inocentes sobre a Cristina, tentando descobrir alguma coisa, mas o homem não deixou escapar nada.

Que belo detetive eu sou. - pensava, ao mesmo tempo em que jurava que ia ficar de olho nos dois... não sei pra quê.

Mas eu sabia pra quê.

Se ele estava comendo, eu não me importava de dividir o prato.

 

 

Sexta-feira - Tarde

Uma visão do paraíso

 

No entanto, tão logo retornamos à casa tive meus pensamentos voltados para outra coisa

E que coisa!

Desci do carro com dois pacotões de material e adentrei o barracão, depositando-os sobre uma bancada existente logo na entrada.

Estava para começar a desembrulhar os pacotes e separar o material quando ouvi o que me pareceu ser um gemido.

Prestei um pouco mais de atenção e ouvi novos gemidos ou quase gemidos, pois eram uma mistura de gritinhos com choros de prazer, se é que alguém entende o que quero dizer.

Será que estão transando aqui no barracão? - me perguntei. - E se estava acontecendo uma transa ali, quem estava dando, quem estava comendo?

E como dizem que a curiosidade matou um gato, quase fui mordido por um cachorro.

Caminhei como um gato em vias de apanhar um passarinho, pisando em ovos, até que vi a cena no sofá que estava destinado a ser minha cama.

Mas não havia gente transando... quer dizer, havia uma transa, mas não era transa, e também não era uma masturbação, na verdade era...

Descrevendo a cena:

Sentada ou quase deitada no sofá havia uma menina, coisa mais linda e mais gostosinha também, vestindo apenas a parte de cima do biquíni.

Digo que ela estava quase deitada porque apenas as costas e os cotovelos estavam apoiadas no assento do sofá, enquanto que o restante do corpo estava apoiada nos pés, sendo que estes se apoiavam no chão.

E suas perninhas estavam abertas, bastante abertas, ainda que às vezes fechavam um pouco, conforme ela mexia os quadris para cima e para baixo ou para a direita e para a esquerda, quase fazendo um circulo.

E acompanhando aquele círculo ou, melhor, acompanhando a parte da menina que era o centro daquele círculo havia um cachorrão.

Não! Não era um marmanjão safado, cachorro sem vergonha que estava se aproveitando da menina.

Era um cachorro de verdade, um cão policial, e a menina é quem estava se aproveitando dele.

Não sei como ela havia conseguido seduzir o cachorro, mas sei que o animal lambia sua xoxotinha, ou xaninha, com tanta vontade que arrancava dela os gemidos e gritinhos que eu tinha ouvido, e que continuava a ouvir, cada vez mais fortes.

Fiquei assistindo aquela cena e não pude evitar uma ereção.

Na verdade, foi mais que ereção, pois meu pau ficou trincando de tal maneira que comecei a me alisar, sentindo que precisava me aliviar de qualquer jeito, nem que fosse numa punheta.

Mas a punheta podia esperar, antes eu queria seguir aquela cena até o final, e eu bem sabia qual seria o final.

A menina foi acelerando os movimentos dos seus quadris, foi intensificando seus gemidos e gritinhos, foi cerrando os olhos, até que dispensou o parceiro e agarrou sua xaninha com as duas mãos... mas agarrou com tamanha força que pensei que fosse arrancá-la.

E assim, agarrada, foi soltando os quadris no chão, foi se contorcendo, gemendo mais alto..., até que explodiu num gozo gostoso de ver.

Gozou tanto, e se mexeu tanto, que quando acabou estava deitada no chão, ainda agarrada à xaninha, não mais gemendo, alto, mas deixando escapar uma espécie de choro.

O choro do prazer.

Mas...

Destituído das suas funções, o cachorro pensou em procurar outra coisa para fazer, lá do lado de fora do barracão, encontrando-me no seu caminho.

Um latido, dois, e a menina levantou-se apressada, assustada, procurando o biquíni para vestir, desistindo, procurando a toalha para se cobrir, se atrapalhando toda, enquanto me via caminhar na sua direção, na minha tentativa de me livrar do cachorro, que embora não parecesse bravo, ficava rosnando feio.

- Quem é você? O que está fazendo aqui? - ela conseguiu perguntar.

- Trabalho para o seu pai. - respondi, procurando acalmá-la, pois àquela altura eu já não sabia se ela estava mais envergonhada que assustada ou mais assustada que envergonhada, temendo que eu fosse lhe fazer algum mal.

- Mas o que está fazendo aqui? - perguntou novamente.

- Desculpe se... se te atrapalhei. - eu disse, procurando acalmá-la. - Seu pai me trouxe para fazer alguns serviços, olha minhas coisas aí...

Algum tempo depois ela parecia menos assustada, embora ainda bastante envergonhada e com imensa vontade de desaparecer dali.

Sentada que estava no sofá, ela se levantou, enrolou a toalha na cintura, e foi saindo. Mas quando estava próxima da porta eu a fiz parar e voltar o olhar para mim.

- Da próxima vez deixe a toalha pendurada na porta que então eu sei que você está aqui e não entro.

- Hunf! (ou qualquer coisa assim). - fez ela, demonstrando não ter gostado nem um pouco daquela proposta.

Saiu e nem mesmo fechou a porta do barracão.

O cão saiu logo depois.

E logo depois também encontrei a parte debaixo do seu biquíni.

E bastou eu pegar para o pau trincar novamente. E conforme cheirei, esfreguei no rosto, esfreguei no pau... trincou de vez.

Descasquei ali mesmo, sem fechar a porta, sem pensar no risco de alguém entrar e me surpreender.

E não foi uma só, pois o bicho estava tão nervoso que precisei de mais uma e mais uma.




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