Dois dias depois, e a mulher parece novamente na loja.
- Pastora Alberta! Resolveu comprar o carro?
- Você me conhece, sabe o meu nome, que sou pastora...!
- Claro! Não perco uma das suas pregações.
- Mas eu nunca te vi na igreja.
- É que fico meio escondido, sabe? Sou meio tímido e...
- E o quê?
- Bom... é que, na verdade, não é bem para ouvir as pregações que vou lá.
- Não? É pra fazer o quê, então?
- Para ver a pregadora.
- Ver a prega... E ainda se diz tímido. Mas olha, já vou adiantando, não posso te proibir de me olhar, mas nem venha com certas esperanças, porque isso aqui não é para qualquer um não.
E falou correndo as mãos ao longo do corpo.
Ah filha de uma puta! - me deu vontade de falar.
- Mas eu não sou qualquer um, sou?
- É só você se enxergar um pouco para descobrir. E passe bem!
Falou e saiu.
Ah filha de uma puta! - me deu vontade de falar.
Fiquei olhando para a bunda que se afastava, fiquei olhando.
Pois é a sua bunda que vou comer! - decretei.
Mas como?
(...)
Passei uma semana pensando, só pensando, maquinando, até que tive uma brilhante ideia.
- Simão, como é que eu faço para comer o cu da Pastora Alberta?
- Que isso, patrão!?
Claro que não foi assim! Apenas cheguei no meu velho e querido empregado e perguntei se ele, por acaso, não sabia, assim, de algum podre da vida da mulher.
- Podre?
- É, Bacamarte. Você sabe... de repente ela tem algum segredo, andou aprontando alguma...
- Como botar chifre no marido, por exemplo?
- Isso! Isso! Te dou um beijo, Simão. Me fala! Com quem ela trai o marido? Quando costuma se encontrar com o outro... ou os outros?
- Pera aí, patrão! Eu dei como exemplo, não falei que ela trai.
- Não? Mas então...?
- Agora, se você quer saber se ela desvia dinheiro da igreja...
- Mas só quero. Fala! Ela desvia? Quanto? Como? Fala, homem!
- Bom...
- Te dou um aumento.
- Assim é melhor. Beijo eu não ia querer, não.
- Então fala!
- Vou falar. Eu não tenho muita certeza... quer dizer, é quase certeza, mas não posso provar...
- Não enrola!
- Calma! Acontece que um troquinho ou outro sempre vi ela pegar, mas até entendo, pois ela e o marido vivem numa pindura sem tamanho. Eles têm dois filhos e...
- Vivem na pindura e ela se acha a tal!
- Ela gosta mesmo de se mostrar o que não é, mas é boa gente, sabe?
- Sim. Mas o que mais essa boa gente andou aprontando, o que é que ela faz que você não pode provar?
- Bom... eles não têm um gato para puxar pelo rabo e agora estão querendo comprar carro.
- Sim...
- Acontece que eles resolveram isso depois que a sede da nossa igreja, enviou uma remessa de dinheiro para fazer algumas reformas na nossa igrejinha.
- Hum....! Isso é interessante. Muito dinheiro?
- Não muito. Deve dar para fazer as reformas e ainda desviar um tanto para comprar o carro.
- É? Mas como é que você sabe disso?
- Sei porque sou eu quem vai fazer as reformas, já dei orçamento, já listei o material necessário, e ela já deixou escapar que o total das despesas deve chegar a uns 60% do montante que a sede enviou.
- Sim. Mas qual o montante?
- Aí eu não sei. Só sei que entre a minha mão de obra e o material vai ficar em 75 mil.
- Mas aí tá fácil, é só calcular. Pera aí... (peguei a calculadora e lembrei meus tempos de escola)... 125 mil total... eles têm 50 mil para comprar o carro... e eu comer o cu dela.
- Como é que é?
...
Eu só tinha um problema.
Para comer o cu da mulher eu precisava que ela fizesse a coisa errada, e ela não tinha feito ainda.
Na verdade, eu tinha dois problemas, pois ela havia saído da minha loja indisposta comigo; não creio que voltaria para comprar algum carro.
Só se eu ficasse vigiando a mulher, sondando se ela comprasse o carro nalguma outra agência...! O Bacamarte podia me ajudar nisso.
Mas acabei tendo uma outra ideia: me humilhar.
Como dizem que no amor e na guerra vale tudo, na vontade de comer um cu vale também.
Juntei fotos e fichas de uma meia dúzia dos carros que eu tinha na agência e fui pra igreja.
- Olha... sei que naquele dia fui meio inconveniente, mas estou aqui para me desculpar e... blá, blá., blá... e também mostrar os carros novos que entraram e...
- Ah! Então o senhor veio para tentar vender um carro, não para se desculpar.
- Não é isso... quer dizer...
- Pois podemos fazer negócio, sim.
- Podemos?
- Podemos. Mas tem um problema. Posso ir na sua loja amanhã para explicar?
- Explica agora.
- Amanhã.
...
E amanhã... quer dizer, no dia seguinte, sentada à minha escrivaninha, sob o olhar implacável da Dona Ivete, a Pastora Alberta foi curta, mas não grossa.
- O senhor sabe, negócios são negócios. Eu tenho 50 mil para comprar o carro, mas não posso simplesmente fazer isso. Preciso comprovar que gastei esse dinheiro em material de construção.
- Entendi. Mas isso é fácil, o Simão pode...
- Nem pense. Ele é o fiel mais trouxa... quer dizer, mais honesto que existe.
Já comi! Já comi! - eu pensava, rindo por dentro.
E enquanto ria, eu me comprometia a arranjar algumas notas fiscais frias com alguns conhecidos meus.
E assim eu fiz.
Nunca vi uma reforma tão pequena gastar tanto cimento, areia, argamassa, tinta, mas a venda do carro estava garantida.
E o cuzinho também.
A Pastora Alberta juntou nas mãos as notas fiscais no montante de 50 mil, e escolheu um carro de 42 mil.
- O senhor sabe, temos de ter uma reservinha.
- Sei.
Nada mais aconteceu, até que, um mês depois, procurei a mulher.
- Estou correndo risco de vida, e você também.
- Pelo amor de Deus, homem! O que aconteceu?
- Não aconteceu, está acontecendo, e pode acontecer o pior.
- Fala logo! O que é?
- Fui procurado por dois sujeitos mal-encarados. Pelo visto eles são capangas lá do seu bispo.
- Misericórdia! Vão me destruir, vão acabar comigo lá na igreja.
- Ou pior.
- Pior?
- Ou melhor.
- Quer se explicar, favor!
- Explico. Pelo que entendi, eles foram enviados pelo bispo, pela cúpula da sua igreja, e têm carta branca para matar.
- Meu Jesus! O quê que eu fui fazer?
- Mas calma, tem a parte melhor... quer dizer, que pode ser melhor.
- E o que é?
- Os capangas são mais corruptos que você e...
- Eu, corrupta?
- E não é? Mas então, eles não querem matar e nem devolver o dinheiro para o bispo, eles querem o dinheiro pra eles. Você dá os 50 mil pra eles, e fica tudo resolvido.
- Mas onde que eu vou arranjar 50 mil? Só se eu der o carro.
- Eles querem o dinheiro.
- Então eu vendo o carro. Você me compra e...
- Compro, pago 22 mil.
- Só 22 mil? Paguei 42.
- Você pagou, não. Seus fiéis é que pagaram. E você sabe, qualquer loja vai te oferecer esse valor ou até menos.
- Ladrões!
- Quem é ladrão?
- Desculpe! Mas o que é que vou fazer? Me fala.
- Eu tenho os 42 mil.
- Tem? Você me empresta? Eu ainda tenho os 8 mil. Depois eu te pago.
- Claro que paga!
- Como assim?
- Você me devolve o carro, a gente desfaz o negócio, eu te devolvo os 42 mil e...
- Maravilha! Jura que você faz isso? Nem sei como te agradecer.
- Sabe sim. É só deixar eu terminar de falar.
- Deixo. Termina. Fala!
- Motel Salve Jorge.
- Como é que é?
- Isso mesmo que você ouviu. É pertinho da estação do metrô. Podemos ir de carro ou a pé.
- Você acha mesmo que vou trair o meu esposo?
- Não sei. Talvez você prefira morrer. Mas nem precisa trair, viu. Só tem uma coisa que eu quero de você.
- Uma coisa... o que é?
- O cu.
- Que horror!
Ela falou tão alto que até a Dona Ivete ouviu.
Disfarçou, disfarçamos, combinamos.
- Quinta-feira, 15:00 hs., saída Norte da Estação Tatuapé.
- Tá! Eu vou. Só não sei se vou ter coragem de entrar num motel.
- Entra sim, é tranquilo.
- Lugar de pecado, coisa do demo, isso sim. Mas olha...
- Fala!
- Eu vou... mas vamos fazer o normal, nada de sodomia, eu nunca fiz isso.
- Pois vai fazer. Vamos fazer o normal e a sodomia... vou comer sua precheca e o seu cu.
- Que horror! Não fale assim. Vamos desfazer o negócio, então, eu trago o carro.
- Negativo. Primeiro vamos fazer o negócio.
- Como assim?
- Motel Salve Jorge, estação Tatuapé.
- Mas...?
- Quem me garante que depois você não foge? Primeiro o nosso encontro. Falo com os caras, peço um tempo para arranjar o dinheiro.
- Tá bom! Tá bom! Mas você entende que está me submetendo a uma coisa vexaminosa, não está?
- Entendo. Claro que entendo.
No dia e horário combinado encontrei uma loira à minha espera, e a Pastora Alberta é morena.
- Comprei essa peruca para me disfarçar, não quero ser reconhecida por ninguém. Deus me livre. - foi a primeira coisa que ela disse, alguns passos depois, já na suíte do Motel Salve Jorge.
A segunda coisa foi um pedido para apagar todas as luzes.
- Negativo. Quero ver esse teu corpão gostoso por inteiro.
- Mas nem o marido... ele nunca viu.
- Mas hoje eu vou ver.
E assim falando, fui chegando, fui tocando, fui soltando o seu vestido, fazendo cair aos seus pés, fui tirando o seu sutiã.
A calcinha deu um pouco mais de trabalho, ela queria que eu só tirasse quando já estivéssemos na cama, sob o lençol.
- Mas que mané lençol! - falei, deixando-a peladinha, aquela buceta peludona, igual à da Dona Ivete.
Concordei em darmos a primeira no modo normal, papai e mamãe, tive de me esforçar um bocado até conseguir fazer a mulher gozar.
Na segunda, já um pouco mais solta, e contando das suas singelas transas com o esposo, e só com o esposo, consegui que ela ficasse por cima, que me cavalgasse.
No início ela ainda cobria os seios e a xerenca com o lençol, mas acabei vencendo e tirando, seus seios balançavam diante dos meus olhos, enquanto a sua vagina subia e descia, molhadíssima, escorregando no meu pau.
Gozou mais fácil.
A terceira, por mais que ela resistisse e me implorasse, foi com ela de quatro, eu em pé ao lado da cama, foi com muito gel, foi com muito cuidado, e uma certa ponta de orgulho, vingança.
Fala agora que você não é material para qualquer um, fala! - eu sentia vontade de falar, mas não falava.
Me contentava apenas em ficar olhando o meu pau sumir no seu cu, reaparecer, sumir, reaparecer...
Moral ou, na verdade, resultado da história:
Além de ficar bastante interessada num possível novo encontro, dando sinais evidentes de que queria mais, dias depois a Pastora Alberta me entregou de volta o carro e mais os 8 mil para completar os 50 mil.
Os 50 mil que eu, perigosamente, ia entregar aos homens mal-encarados.