Briguei com o marido
e fui dar para o vizinho
da minha irmã
Coleção 15 Contos Eróticos
Volume 25
Sexo sem escrúpulos
Histórias inacreditáveis
São 15 histórias
Conheça no final
Briguei com o marido
e fui dar para o vizinho
da minha irmã
Existem coisas que começam mal e acabam bem e existem coisas que começam bem e acabam mal, o que me leva à brilhante conclusão de que a vida é uma sucessão de coisas boas e ruins que vão nos acontecendo o tempo todo. E dentre essas coisas boas e ruins, devo ser a única mulher no mundo na iminência de ter de provar ao marido que passou a noite num motel.
Querem ver?
Faltavam uns quinze minutos para as onze da
noite quando juntei meus documentos e a chave do carro e saí determinada a
pedir asilo político na casa da minha irmã.
Dirigindo nervosa, quase sem saber direito o
que estava fazendo pelas ruas, eu pensava nos quatro anos de casamento que
chegava ao fim. Sim, era o fim, pois nada nesse mundo me faria voltar para
aquele apartamento, a não ser para apanhar minhas coisas e, de preferência, num
momento em que o meu marido, quer dizer, o meu ex, não estivesse por lá. Melhor
fosse que minha irmã e meu cunhado fizessem isso por mim.
Quatro anos de casamento e a gente já não se
entendia mais, tudo era motivo para briga, tudo era motivo para desconfiança. E
eu, que sempre fui a mais fiel e sincera das mulheres, tanto nos quatro anos de
namoro quanto nos quatro de casamento!... E sempre fui fiel porque faz parte da
minha índole, porque se eu quisesse pular a cerca, oportunidades é o que nunca
me faltou, tanto na faculdade quanto no trabalho.
Mas sempre levei as coisas a sério, como a
mais séria das mulheres. E era exatamente isso o que me fazia morder-me toda de
raiva, pois o motivo daquela briga final havia sido uma simples carona que um
colega do serviço me deu; carona tão singela, que ele me deixou no portão do
prédio e até trocamos algumas palavras depois que saí do carro, pois não
tínhamos nada a esconder.
E de lá da janela, meu marido só esperava eu
subir para desfilar um rosário de baboseira e acusações. A briga persistiu pelo
entrar da noite, pelo jantar sem fome, até que, como uma gota d’água final
antes de transbordar, ele disse que eu devia, ao menos, fazer as coisas
escondidas para não envergonhá-lo na porta do prédio.
Que ódio de mim! Que ódio do meu marido! Que
ódio de tudo! Que idiota sempre fui!
A casa da minha irmã é longe, bem na
periferia, e mesmo com o pouco trânsito da noite só cheguei lá um pouco depois
das onze e meia. E dei com a cara na porta.
Esqueci que o casal é recém-formado e que
ainda tem o costume de sair para jantar, dançar, transar num motel... E era
sexta-feira, dia propício para essas coisas, ainda mais que estava um calor só
e a noite era limpa, clara, tudo romântico...
Mas quem era eu para pensar em romantismo, se
o meu romance estava acabado? Eu queria mais era pensar em suicídio,
assassinato, briga de facas no escuro...
O que fazer? Voltar para casa eu não queria.
Esperar minha irmã ali na rua eu não queria e nem podia, pois era um local
perigoso. E, além disso, eu nem sabia se eles voltariam para casa naquela
noite, poderiam passar a noite toda num motel.
Algum tempo depois conclui que também eu iria
passar a noite num motel ou num hotel, não importava; só que sozinha. Estava já
amadurecendo essa ideia quando apareceu um príncipe negro montado num corcel
branco... Ou era um príncipe branco montando num corcel negro...
Na hora fiquei tão assustada que, para falar
a verdade, o príncipe parecia muito mais um dragão; só faltava soltar fogo pela
boca.
Só alguns minutos depois de passado o susto,
causado por aquele homem batendo no vidro do meu carro, é que percebi que se
tratava de um rapaz de idade próxima à minha, que era branco e que ele só
queria que eu deslocasse um pouco o carro para que pudesse entrar com a moto na
sua garagem.
Detalhe: a moto era vermelha.
E depois que guardou a moto ele foi ter
comigo, perguntando o que eu fazia; quem eu era, e o que estava esperando e,
para meu medo maior, avisando que não era aconselhável eu ficar ali no carro
àquelas horas.
- Muitos assaltos, crimes... Ontem mesmo, ali
naquela esquina...
- Tá bom! Tá bom! Eu já vou embora.
- Não precisa. Se quiser, pode esperar a
Diana aqui na minha casa. Quando eles chegarem você vai pra casa dela. Eles não
costumam demorar.
Eu ia perguntar como ele conhecia minha irmã,
mas logo me lembrei de que eram vizinhos. E logo me dei conta de que o melhor
mesmo era esperar na casa do rapaz, conhecer a família dele, conversar um
pouco, contar da raiva que eu estava com o meu marido...
- Mas você mora sozinho? – foi a primeira
coisa que falei quando entrei e vi que a casa dele era apenas um cômodo
transformado em quarto, sala e cozinha, tudo junto, e sem banheiro.
- É lá do lado de fora. – ele disse; depois
que me explicou que havia chegado do interior fazia pouco tempo e que aquele
quartinho estava de bom tamanho para ele, ainda mais que trabalhava numa firma
ali bem perto.
- Mas e sua esposa, namorada...?
- Ainda não conheço muita gente por aqui.
Logo, nem namorada eu tenho... Quer dizer, até tenho, mas ficou lá. Se você não
se importa, eu vou comer...
- Comer? Comer o quê?
Ficamos olhando um para o outro, sem saber se
ríamos ou se nos explicávamos, enquanto eu entendia que ele estava falando de
jantar, e ele, por sua vez, entendia que eu tinha entendido outra coisa. Por
fim, acabamos rindo e sentei-me na cama, enquanto ele começava a preparar sua
comida.
- Saio as dez do emprego, mas hoje fiquei até
mais tarde um pouco, por causa de um problema. Eu ia comer na padaria, mas já
estava fechada...
- Agora vai comer aqui.
- Vou?
- A sua comida. – falei. – A sua comida.
E rimos novamente.
Mas, efeitos psicológicos à parte, talvez
pelo susto lá na calçada, talvez, pelo susto de pensar que ia ser comida, e
mais talvez ainda, por saber que o banheiro era do lado de fora... me deu uma
vontade irresistível de fazer xixi.
Ele me mostrou o local, bem lá no fundo, tudo
escuro. Ele se ofereceu para me acompanhar e ficar do lado de fora. Tentei
fazer xixi sem fazer barulho, mas não deu. Fiquei imaginando ele lá fora,
escutando. Sequei-me, ergui a calcinha, ergui a calça, saí. Ele nem estava mais
lá, pois havia voltado a socorrer os ovos que queimavam na frigideira. Não sei
se me senti agradecida, por ele não ter ficado para ouvir ou se o xingava por
ter me abandonado naquele momento tão crucial. Crucial, sim, pois não tive
coragem de sentar naquele assento de vaso e “xixei” meio em pé, molhando minhas
coxas e quase a calcinha também.
Mais crucial, porém, foi quando me sentei na
cama novamente, em outro ponto, e percebi que havia sentado sobre alguma coisa,
algumas revistas. Puxei-as de sob o lençol e quase gritei, escandalizada. Logo
na capa da primeira que vi, tinha a foto de uma mulher penetrada por um cacete
mais grosso que a parte mais grossa do meu braço. E estava penetrada no
traseiro. Não sei como consegui, ou se consegui, mas tratei de colocar as
revistas de volta, antes que ele visse que eu tinha pegado. Minhas ideias
começaram a ferver e eu não sabia o que pensar daquela situação toda.
O tempo passou, ele comeu... a comida.
Convidou-me a comer também, mas eu já tinha jantado; convidou-me a dormir.
Verdade! Já se aproximava da uma hora da
manhã e minha irmã e meu cunhado não haviam chegado.
- Vou dormir num hotel ou num motel. – falei.
- A essa hora da noite? Dorme aqui. Dividimos
a cama, sem problema.
- Acho melhor eu ir para um motel.
- Então eu vou junto. Não posso te deixar
sozinha na noite.
- Como assim, você vai junto?
- Verdade! E se for para eu ir junto; então,
podemos muito bem ficar juntos aqui.
- Espere aí! Por acaso você está...
Ele estava.
- Pelo que entendi você separou-se do marido, está sozinha e livre. E como também estou sozinho e livre... – disse ele, enquanto se aproximava e me tomava pelos braços.
- Eu não me separei, só brigamos. E, além
disso, você tem namorada.
- Não somos casados, é só namoro. – ele foi
falando, já bem junto de mim, me abraçando e querendo beijar-me. – Dorme aqui,
dorme comigo...
- Não estou prevenida. – falei, como uma
tentativa de me negar ao que ele estava propondo.
- Mas eu estou. – ele disse, afastando-se de
mim e abrindo uma gaveta cheia de camisinhas.
- Mas se você não tem ninguém aqui... –
falei. – Se você não tem nenhuma mulher, por que tantas camisinhas assim?
- Vai saber?! De repente pinta alguém... Na
verdade, comprei tudo isso pensando numa certa pessoa, mas ela está embaçando
muito. Quer, mas tem medo.
- Como assim?
- É uma moça que trabalha junto comigo. A
gente vem trocando ideia faz um bom tempo, já conversamos sobre o assunto, ela
diz que quer, mas tem medo do marido. Diz que ele é ciumento e violento. E se
não bastasse, ele trabalha lá também, noutra sessão.
- Então até que ela está certa. Se pega
vocês, é capaz de matar a mulher e capar você.
- Prefiro que me mate.
- E pelo visto você prefere outras coisas
também. – falei, sem conseguir me conter.
- Do que você está falando.
- Estou falando dessas revistas aí na cama?
Só tem foto de... até parece que você só gosta disso.
- E tenho de gostar. É a única forma que
minha namorada aceita fazer.
- Por quê?
- Sabe como é cidade do interior... Ela tem
medo de perder a virgindade, eu não me casar com ela, e ninguém querer casar.
- Que bobeira?!
- Nem tanto. Vai me dizer que você também
não...
- Até faço. Mas gosto mais do jeito normal...
- Será?!
- Claro! Ainda mais que faço com o meu
mari... quer dizer, fazia com o meu ex-marido, e ele tem um negócio de tamanho
normal.
- Mas o meu também é normal.
- Claro que não. Dá o dobro do dele.
- Mas você nem viu ainda. Como pode dizer
isso?
- Sei lá! Acho que imaginei. Mas aposto que
você tem bem grandão, não tem?
- Por que não descobre você mesma?
Ainda titubeei um pouco, pensei outro pouco,
lembrei-me da moça que queria dar pra ele, mas tinha medo, lembrei do mari...
Quer dizer, do ex...
Sentei na cama e abri sua calça. Seu pau
saltou para fora antes mesmo que eu o pegasse.
- Não falei? Tem o dobro do tamanho.
- Então você vai ter o dobro de emoção.
E tive mesmo. A começar por pegar aquilo na mão, por encher a mão, quer dizer, as mãos, pois mesmo pegando com as duas ainda sobrava uma ponta... A ponta que beijei que passei a língua, que lambi por baixo, depois por cima, que coloquei na boca, fazendo o rapaz retesar o corpo e seu pau, que já estava duro, ficar duro e meio.
Soltei as mãos e fiquei só com a boca,
chupando, lambendo, mamando, ensaiando engolir tudo até a garganta. Mas nem o
do meu desgraçado ex-marido eu conseguia engolir tudo com a boca, o que dizer
daquele monumento fálico? E ele falando que a namorada só deixava na bunda. Ou
a menina é chegada num masoquismo ou era tudo mentira dele. Mas o que me
importava?!
Voltei a pegar com uma mão, levantei o mastro
e corri a língua de cabo a rabo, arrancando delírios do homem. Depois fui às
bolas. Mordisquei, ameacei dar uma boa dentada, levando-a o recuar o corpo, e
então voltei para o canudo, a pica, o cabo, e fui lambendo até chegar novamente
na cabecinha (cabecinha?), para então metê-la na boca, engolir tanto quanto eu
conseguia engolir, mamar até sentir seus pingos iniciais.
Hora de parar de chupar.
Hora de parar de sacanagem também, pois
ouvimos barulhos na casa ao lado e ele deduziu que minha irmã havia chegado.
- Quer ir lá?
- Nem por decreto. – falei. – Quero é o
troco.
E ele me deu o troco. Tirou toda a sua roupa
e depois tirou toda minha, sem me levantar da cama. Ajoelhou-se entre minhas
pernas, abriu minhas pernas, beijou minhas pernas.
- Que boceta linda!
- Que nome mais feio!
- E não é boceta?
- É xana... xaninha... e... ela gosta de ser
chupada.
- Pois ela vai ser chupada. – disse ela,
caindo de boca na minha carne já ensopada de excitação, deixando-me mais louca
ainda.
Na verdade, ele nem me chupou direito, nem o
traste do meu ex me chupou direito alguma vez. Homem não sabe chupar, não faz
do jeito que a gente gosta, não sabe alternar movimentos lentos com movimentos
rápidos, não sabe tocar nos pontos certos nos momentos certos. Ficam apenas
lambendo igual um cachorro bebendo água.
Mas eu é que não iria ensinar o rapaz a me
chupar naquele momento, mesmo porque, sua lambida canina me excitava como há
tempos eu não era excitada. Acho que a excitação maior era pela novidade do
ato, ou seja, por eu estar com outro homem. Mas o que me importava?
O que me importava é que eu já estava
fissurada com a ideia de sentir aquilo tudo dentro de mim e mesmo com ele me
chupando feito cachorro, fui virando o corpo até alcançar a gaveta e pegar a
camisinha.
- Põe! Veste ele.
Ele vestiu o bruto, enquanto eu me ajeitava
no meio da cama, de pernas abertas, quadril soerguido, prontinha, louquinha
para ser penetrada, transpassada, vazada.
Só eu, ele, e toda a vizinha dali; inclusive
minha irmã, sabemos o grito que dei quando a cabeça entrou, o tronco me
penetrou, aquilo tudo me vazou. Senti-me possuída; a mais possuída das
mulheres. E meus gritos (gritinhos, agora) continuaram. Abracei o homem com os
braços e com as pernas, cruzei meus pés sobre ele, fazendo abrir mais ainda as
pernas e erguer mais ainda o quadril, e fiquei sentindo aquela delícia entrando
e saindo, raspando as paredes, tocando tudo, preenchendo tudo.
Isso é que é cacete! Isso é que é foda! – eu
ficava pensando, comparando...
Gozei como nunca. Gozei embaixo dele, gozei
em cima dele, e gozei até quando precisei ir ao banheiro novamente e ele foi
junto, me catando por trás, lá naquele quadradinho apertado e um tanto escuro.
- Vamos voltar pra cama. – eu pedia.
- Só depois que você gozar aqui, assim.
- Eu já gozei bastante.
- Mas vai gozar diferente. Vai gozar igual
minha namorada.
- De jeito nenhum. Isso aí vai me arrombar e
depois...
- Depois o quê?
Lembrei que o depois seria ter de dar
explicações ao meu marido. Mas lembrei-me também que eu já não tinha marido,
que era uma mulher livre e que podia até experimentar, ou pelo menos tentar
experimentar aquela coisa na minha bunda.
- Nada. Você tem gel lubrificante?
- Lá dentro.
Saímos do banheirinho e voltamos para o seu
quartinho. No trajeto pude ver o quintal da casa da minha irmã. Se ela
soubesse...
De volta para o quartinho, para a cama,
comecei a preparar o meu calvário... quer dizer, chupei mais um tanto aquele
minhocão, coloquei nele uma camisinha, lambuzei ele todo com o gel, e depois,
como ato final, ajoelhada na cama, enchi a mão e passei em minha bunda, no meu
traseiro, melhor dizendo, no meu cuzinho...
Seja o que Deus quiser. – pensei.
- Eu fico por cima. – falei.
- Mas depois você vira. – ele falou. – O
gostoso é atrás e por trás. Quero sentir sua bunda.
Concordei, esperei ele se deitar na cama,
olhei mais uma vez para aquele mastro apontando para o céu e subi sobre o seu
corpo. Antes de apontar para a entrada (ou tentativa), mexi no meu traseiro com
o dedo, preparando-o psicologicamente para o que vinha em seguida. E quando me
senti preparada, apontei, acertei e comecei o trabalho de parto ao contrário.
Fui mexendo, piscando, forçando aos pouquinhos, forçando, forçando mais, e de
repente aquela dor desgraçada, como se tudo estivesse rasgando.
Mas já era tarde. A cabeça já estava dentro.
- Já foi. – ele disse.
- Sei. Mas fica quieto. Deixa que eu...
Mas ele não ficou quieto. Deu uma erguida no
corpo que resultou numa cutucada em minha bunda. E que cutucada! Acho que uns
três quartos do cacete adentrou o meu reto, tocando no meu segundo esfíncter,
fazendo doer.
Só em determinada posição é que meu então antigo comedor (meu marido) conseguia fazer seu pau entrar todinho e me tocar no segundo esfíncter; e o do rapaz já estava lá antes mesmo de entrar tudo.
Daí pra frente é sujeira. – pensei. – Mas foda-se. Ele que vá se lavar no banheiro depois.
Fui sentando, sentindo uma dor cada vez mais
suave, até que, quando vi, eu tinha engolido tudo. Pedi e ele me deu um tempo;
um bom tempo, até que eu relaxasse bem o corpo e não me sentisse incomodada com
aquele volume ali dentro. Só então, depois de tudo bem acomodado, é que comecei
tímidos movimentos de sobe e desce. Mas foi ficando tão gostoso e tão sem dor
alguma que logo eu estava subindo e descendo num ritmo muito louco, desfrutando
de todo o prazer que o sexo anal me dá; e que me dava ainda mais, com aquele
preenchimento todo. Ele quis virar, sentir minha bunda.
Saí de cima, vi que estava sujo, fingi que
não vi.
- De quatro? – perguntei.
- Não. Deitada.
Deitei-me, ele deitou em cima, enfiou tudo,
foi ao delírio, gozou, desmaiou. Desmaiei também.
Gosto de sexo anal, e gostei mais ainda com
ele, mas não consigo ter orgasmos, pois o pau me impede de retrair o esfíncter
do ânus ou, na verdade, ameaça doer quando, na iminência do gozo, começo a
retrair. Por isso, enquanto ele foi ao banheiro limpar a sujeira, continuei na
mesma posição, me masturbando até chegar ao meu último orgasmo daquela noite; o
orgasmo do sono profundo. E foi tão profundo o sono que só acordamos pelas dez
horas do dia seguinte, no sábado. E só acordamos porque ouvimos conversas
alteradas na frente da casa e, pela única janela do cômodo, vimos minha irmã,
meu cunhado e meu marido totalmente desesperado, gritando que não iria se
perdoar se tivesse acontecido alguma coisa de ruim comigo. Ele se dizia culpado
e tudo o que queria era o meu perdão.
Mas como é que eu poderia perdoá-lo, saindo
da casa de outro homem, depois de haver passado a noite com ele na maior
sacanagem?
Ficamos quietos e algum tempo depois,
enquanto eles saíam para me procurar, colocamos capacetes e o rapaz me trouxe
até perto de casa, onde desci e entrei, passando pela portaria e ouvindo o
porteiro me dizer que meu marido estava feito um louco a me procurar. - Vou
ligar agora mesmo pra ele. – disse o porteiro. - Pode ligar. – falei. Entrei,
tomei um banho, mudei a roupa, e quando meu marido chegou eu estava comendo pão
com queijo, pois minha fome era bem grande.
- Graças a Deus você está bem! Mas onde você
estava? Onde você esteve? Com quem esteve?
Só então me lembrei do carro na frente da
casa da minha irmã. Que bobeada eu havia dado! Mas acabei me saindo melhor do
que havia imaginado.
- Agora você me dá valor, não é?
- Eu sempre te dei valor. Mas onde você
esteve?
- Fui até a casa da minha irmã, mas ela não
estava. Então, com medo de ficar dirigindo por aquelas ruas, peguei um táxi que
estava passando e fui para um motel.
- Um motel? – ele quase gritou. - Sim! Eu
precisava de um lugar para dormir. Mas fui sozinha. Dormi lá... e então resolvi
voltar para casa. Mais tarde eu vou buscar o carro.
Ele me avisou que meu cunhado já estava
trazendo o carro e depois, ainda desconfiado, como sempre foi, me segurou pelos
braços e pediu reconciliação.
E estamos reconciliados... Fazer o quê?
Só espero que ele não peça o comprovante do
motel.
Quinze Contos Eróticos
Volume
25
Sexo sem escrúpulos
Histórias inacreditáveis
CONTEÚDO ADULTO
15 histórias
Apesar de todo o temor da família, Cilene se prepara para ir ao shopping, mais uma vez, como sempre gostou de fazer.
- Fiquem calmos. Não é porque aconteceu uma
vez, que vai acontecer novamente. E desta vez tomarei mais cuidado. O que eu
não posso é ficar aqui, trancada dentro de casa, com medo de sair pra rua. E
além do mais, já avisei o Caio e ele vai estar lá comigo, assim que sair do
serviço.
E Cilene foi ao shopping. Mas dirigiu
devagar, dirigiu para pensar, relembrar. Desviou o caminho, entrou em certa
rua, parou por alguns minutos, próxima a um certo prédio, olhou para as
janelas, tentando adivinhar um certo apartamento. Ficou ali, retida em
pensamentos por vários minutos, até que tomou o caminho do shopping, onde tudo
havia começado.
Em seus pensamentos, suas lembranças, voltou
no tempo, lembrou os namoricos de colegial, depois o primeiro namoro sério,
quando perdeu a virgindade tranquilamente, sem traumas. E depois lembrou do
namoro atual, de longa data, chegando já ao noivado. Um amor de rapaz, bem-sucedido,
querido pela família, da mesma forma que ela era querida pela família dele.
O triste episódio por ela vivido serviu para
estreitar mais ainda os laços entre as famílias, e também para tornar mais
evidente o grande amor entre o casal.
Sentia-se nojenta, podre por dentro, uma
falsa, com fortes impulsos de retroceder no caminho e correr a contar tudo em
casa, a contar tudo ao noivo.
Parou o carro no estacionamento do shopping.
Foi instintivo procurar uma vaga bem próxima de uma certa vaga.
Foi incontrolável permanecer no carro
desligado por um bom tempo ainda, lembrando um certo dia de chuva, uma disputa
por uma vaga. Foi dali, do gesto cavalheiresco do rapaz, que tudo teve início.
(continua)
Logo depois de terminar o colegial, uma grande falta que eu sentia era o dinheiro para pagar a faculdade. Meus pais não podiam pagar e eu menos ainda, pois nem sequer um emprego eu tinha.
Em casa me diziam que eu esperasse mais um
ano e coisa e tal, mas eu não podia esperar, pois todos os meus amigos e amigas
e também o meu namorado já estavam para entrar na faculdade e eu sentia que
estava ficando para trás. Aquilo que deixava triste e enciumada ao mesmo tempo,
pois eu bem sabia que na faculdade haveria muitas meninas dando de cima do meu
gato querido e eu, com certeza, iria dançar.
Foi então que o milagre aconteceu.
Quer dizer, de início foi mais um pesadelo do
que um milagre e eu não queria aceitar de jeito nenhum. É que minha mãe havia
arranjado para eu tomar conta do Seu Guilherme, um vizinho com quase 70 anos,
um tanto doente, e que todo mundo dizia que já estava no fim da picada.
- Qual o problema, minha filha? Os filhos
deles lhe pagam bem, é só algumas horas por dia, e com o dinheiro você pode
estudar à noite.
A ideia de cuidar do velho não me agradava nem
um pouco, mas...
(continua)
Meu irmão e sua esposa Deise fizeram dez anos de casados e deram uma festa na casa dos nossos pais, que é grande e tem um terraço amplo e agradável. Estava uma noite linda e todos se divertiam, principalmente a Deise, simpática como sempre, que tudo fazia para agradar a todos e, principalmente, ao marido.
Minha mãe sempre diz que ela é a eterna
namoradinha do seu filho, pois é sempre muito atenciosa e carinhosa para com
ele, para com os dois filhos que têm, para com todos, afinal.
E não posso deixar de concordar com minha
mãe, exceto por alguma coisa que, no meio da festa, fez-me ficar meio de lado
por algum tempo, olhando para aquele casal, relembrando coisas de quinze anos
atrás, e pensando em como a gente pode ser falso.
São coisas que não sei se me causam
arrependimento ou que outro tipo de sentimento em relação ao meu irmão, mas que
nem por isso consigo deixar de pensar e, pior, de praticar.
Voltando quinze anos no tempo.
(continua)
Sempre fui menina bem comportada: de casa para o trabalho, do trabalho para a faculdade, da faculdade para casa. E nos barzinhos, nas cantadas que recebia, sempre eu deixava bem claro que não trocaria o Lu por nada nesse mundo. E nem tinha porque trocar, pois ele sempre foi um namorado que me deu tudo.
Mas pintou o Dan (de Daniel, como Lu é de
Luan).
Tudo começou num dia em que fui ao Centro
Empresarial do Aço, ao lado da Estação Conceição do Metrô, fazer uma exposição
sobre o produto que a empresa na qual trabalho representa. Meu chefe me enviou,
dizendo, e sabendo, que sou a melhor em matéria de convencer outras empresas a
contratar nossos serviços.
E foi lá que conheci o Dan; tudo porque o
notebook que eu havia levado com a apresentação, cismou de ser incompatível com
o sistema que eles tinham naquela empresa.
- Vamos com calma, meu anjo. Copiemos o
arquivo para o meu note e depois você o utiliza para a apresentação.
Minha nossa! Que voz era aquela que surgiu
por trás de mim e me fez vibrar toda?
Se o tal falasse mais duas palavras e me
convidasse para me deitar com ele, eu me deitaria sem nem ao menos ver o seu
rosto.
Claro que estou exagerando!
(continua)
Fazia um bom tempo que meu marido andava metido em dívidas com gente da pesada e já estava até jurado de morte. Não podia ouvir o telefone tocar ou, então, baterem na porta, que já ficava mijando nas calças;
Andava tão preocupado que já fazia muito, mas
muito mais tempo ainda, que não correspondia devidamente com o seu dever
conjugal.
E eu, fiel esposa, só esperando pelo retorno
dos dias de alegria, enquanto tinha de me contentar com uma ou outra rapidinha
ou, então, com os próprios dedos.
Mas a situação chegou a tal ponto que nenhum
dos dois suportava mais. Ele não suportava a pressão dos caras e o medo de
morrer, e eu não suportava a longa carência por um bom, belo e prolongado
preenchimento vaginal... e outras ausências e preenchimentos, também.
Além disso, eu temia ficar viúva, é claro!
Então, num certo dia, depois que um dos caras
mais violentos, para quem ele devia, esteve em nosso apartamento...
(continua)
Quando os interesses falam mais alto que a integridade moral.
Tanto esperei para conseguir aquele emprego
e, de repente, estava em vias de perdê-lo, justo no momento em que eu havia
acabado de comprar um carrinho e estava que era só dívidas.
Passei várias semanas com a cabeça quente,
sem conseguir dormir direito, rolando de um lado para o outro na cama. Nos
finais de semana eu estava tão depressiva que nem queria ver meu namorado. Ele,
ainda todo carinhoso, me convidava para sair, chegou mesmo a me levar num motel
onde passamos toda a tarde de um sábado, mas foi uma frustração só.
Eu estava tão p. da vida que nem sexo eu
queria. E olha que nunca fui de recusar uma transa com ele.
Foi então que descobri na firma que a coisa
só estava ruim para o meu lado por causa de fofocas que haviam feito a meu
respeito. E descobri também quais eram as fofocas e quem as tinha feito. Era
uma colega, a Ana que simplesmente havia dito para o meu chefe que eu havia
espalhado para todas as meninas que o achava asqueroso.
Bonito ele não era mesmo, mas nunca que eu
tinha olhado para ele para avaliar isso, pois que nunca tinha pensando em tem
alguma coisa com ele. Além do mais...
(continua)
Meu chefe é um tremendo de um folgado, que gosta de abusar dos seus subordinados. Nunca gostei dele, e ninguém gosta, mas um dos seus abusos comigo, pelo menos, eu gostei, e muito.
Foi na festa de fim de ano da firma.
Era um sábado a tarde e eu já tinha avisado a
namorada que iria dar minha participação logo e logo sairia para me encontrar
com ela e irmos a um motel, pois era o seu aniversário e umas dezoitos transas
fenomenais era tudo o que ela me pedia para aquele dia.
- Só dezoito? Acho que você já não me ama
mais. - eu brincava.
Fui para a festa, encontrei os colegas,
comecei a tomar uma cerveja e o chefe chegou junto.
- Nem comece a beber! Você tem de buscar
minha esposa.
- Eu tenho de buscar? - protestei.
- Já tomei todas. Quebra essa e serás bem
recompensando. - disse o homem.
Saí, soltando fogo pelas ventas, contrariado
até umas horas, principalmente porque ele sempre vem com essa história de
recompensar, mas nunca vi ela recompensar ninguém, só sabe dar ordens e
explorar.
Eu sabia o endereço, sabia o prédio, só não
sabia a esposa dele e, por isso, quando a menina atendeu à campainha, perguntei
pela mulher.
- Mas eu sou a esposa dele. - disse a menina,
que nem era tão menina assim...
(continua)
Conheci Adriana quando ela começou a trabalhar na mesma firma que eu. Logo começamos a nos aproximar, a sair para almoçar juntos e a conversar bastante. Descobri que ela tinha uma filha, Keyla, com 3 anos e que estava numa pior, sem querer saber de homens em sua vida.
Mas como não sou homem... quer dizer, como
também sei ser apenas amigo quando uma mulher precisa de amigos, aos poucos fui
conquistando-a e logo estávamos saindo para transar, mas sem falar em namoro.
Ela dizia que daquele jeito estava bom para nós dois, mas eu já me sentia
bastante apaixonado por ela. Então percebi que ela também estava apaixonada por
mim, só tinha medo de admitir para si mesma, já que tinha sofrido bastante
junto ao pai da sua filha.
Ficamos nesse estágio por quase dois anos,
até que já não dava mais para esconder os sentimentos e nos casamos, quer
dizer, passamos a morar juntos, num apartamento que aluguei. Vivemos juntos dez anos, numa felicidade só, até que resolvemos ter um filho nosso e ela
morreu no quinto mês da gravidez.
Nem preciso dizer que sua partida foi um
baque para mim e muito mais triste ainda para a menina, que mesmo já me vendo
como pai, ainda assim perdia a pessoa que ela mais amava.
A menina não tinha a quem recorrer e eu, é
claro, nem pensava em desampará-la. Por isso, continuamos morando juntos, mas...
(continua)
Quanto mais eu vivo, quanto mais eu namoro, quanto mais penso em casar, mais eu sinto que disso tudo só deve ficar a vontade de viver, pois quanto mais eu vivo, mais eu descubro que as galhadas estão se formando e crescendo por aí, em qualquer cabeça.
Está certo que sou do tipo que busca
aventuras e que, às vezes, força um pouco as coisas, mas a história que vou
contar mostra o quanto nós, homens, estamos à mercê dos caprichos e prazeres da
mulherada, por mais inocentes que elas sejam ou que nos façam parecer que são.
Tenho 29 anos e, graças às minhas suspeitas,
sou solteiro. Moro num apartamento que divido com minha irmã mais nova, e tenho
um trabalho autônomo que me coloca em contato com muitos e muitos estudantes
universitários; a maioria “estudantas”, na verdade, pois faço tradução de
inglês, espanhol e alemão e também dou aulas particulares. Faço também
trabalhos para empresas, mas isto já é outra história.
A história que me interessa contar aqui, para
inflar ainda mais o meu ego, entre outras razões, é a história de uma menina
menininha, com 18 aninhos, no seu primeiro ano de faculdade...
(continua)
Quem me vê hoje, uma jovem esposa, mãe de uma criança, casada com o primeiro e único namorado que teve, desde os 13 anos, nem pode imaginar do que já fui capaz. São essas coisas que a gente não consegue explicar.
Foi a partir dos onze anos que comecei a
sentir uma paixão violenta por alguém. Um homem lindo, vizinho de casa,
maravilhoso, que era casado e tinha no mínimo três vezes mais idade que eu.
Aos 13 anos arrumei um namorado, também
vizinho. Mas aí, apesar de gostar demais do menino, senti minha paixão pelo
homem aumentar mais ainda. Eu amava um e era doída e desesperada por outro. Eu
estava prontinha para dar pra ele no momento que ele quisesse. Estava com tanta
vontade dele que era capaz de fazer tudo o que ele mandava.
Só o que me faltava era ter coragem para
dizer isso a ele. Fiz amizade com sua filha, fiz amizade com seu filho, vivia
ajudando sua mulher, só para estar perto dele.
Acho que eu estava era doente.
Um dia, mesmo sabendo que só estaria ele em
casa, quer dizer, exatamente por saber que estaríamos a sós, dei um bolo no meu
namorado e pulei a cerca, quer dizer...
(continua)
Desde que minha esposa contratou aquela moça para trabalhar em casa, perdi meu sossego. Loira, bonita, de corpo atraente. Só tinha um defeito; era casada e adorava o marido e o filho, sobre os quais vivia falando o tempo todo.
Além disso, era profundamente religiosa.
Logo percebi que não adiantava ficar jogando
malho em cima dela, pois que seu negócio era apenas trabalho, família,
religião.
Acho que sexo ela só fazia o trivial com o
marido e olha lá.
Um dia, só como tentativa, perguntei a ela se
sua religião condenava o sexo anal. Mostrou-se ruborizada, com um certo
constrangimento em falar de tal assunto, ensaiou como falar, mas terminou
dizendo que tal prática é coisa do demônio.
- Nem gosto de falar dessas coisas. - ela
disse. - Isso é coisa do capeta.
Percebi que puxar assuntos para esses lados
não era o caminho. Pensei mesmo que devia desistir da mulher.
Mas foi então que imaginei uma tática
diferente.
Propositadamente, comecei a deixar uma certa
quantia em dinheiro ao alcance dos seus olhos e das suas mãos, até que, mais de
um mês depois, numa sexta-feira, o dinheiro sumiu.
Sorri de contente e passei um fim de semana
tão ansioso que nem mesmo dei ouvido para suas palavras na segunda-feira,
quando veio confessar o roubo e pedir que eu a perdoasse e descontasse do seu
salário.
- Só há um jeito de perdoar – falei...
(continua)
O que vou contar nem sei se é uma aventura.
Às vezes penso que sim, às vezes penso que
não. Quando penso que sim é porque me lembro que foi gostoso e eu gozei
bastante. Quando penso que não é porque foi contra a minha vontade e tive de
ficar disfarçando, escondendo que estava gostoso.
Tudo aconteceu num certo sábado, três semanas
antes do meu casamento. Eu estava sozinha e o Marcelo, meu noivo, deveria
chegar por volta das sete da noite. Como meus pais só iriam voltar bem tarde,
eu já estava me preparando e imaginado os momentos que a gente ia aproveitar,
juntinhos, na minha caminha. Já havia tomado banho e colocado uma roupa comum:
camiseta e uma bermuda bem leve, do tipo que o namorado pode enfiar as mãos...
Claro também que estava usando uma calcinha, branquinha com alguns filetes
pretos nas bordas. Fico super sexy com essa calcinha. Tinha prendido meus
cabelos em duas trancinhas, pois Marcelo, sempre gostou de me ver assim.
Mas não era nem seis horas ainda e a
campainha tocou. Fui atender, toda ansiosa, acreditando que meu namorado
tivesse chegado mais cedo, mas não era ele. Era um primo que...
(continua)
Tenho 38 anos, sou casado, tenho duas filhas, faço de tudo para não faltar nada à minha família e também para fazer minha esposa feliz em todos os sentidos, principalmente na cama, porque sei que se eu não fizer, vem outro e faz.
Esse é o meu jeito de ser e de me mostrar a
todos. Mas, é claro, tenho também o meu lado B, a minha banda podre.
É que sou louco por mulheres casadas. Já
cheguei a dispensar solteiras, porque nenhuma delas me dá o gostinho que uma
mulher casada dá principalmente aquelas bem casadas, isto é, que vivem
exclusivamente para seus maridos. Por essas sou até capaz de dar a bunda.
Mas claro que nunca precisei dar a bunda para
catar uma mulher casada, porque antes disso, tenho o “meu jeitinho” de chegar
e... cráu. Mas esse jeitinho é segredo que não revelo de todo.
E foi assim com a mulher do Paulo, homem da
minha idade, que começou a trabalhar na mesma firma que eu e que logo quis
fazer amizade, convidar para tomar cerveja, pescar no Pesque e Pague e, sua
maior bobeira, convidar-me para um churrasco na sua casa.
Aceitei, levei minha esposa e a filha menor,
porque a maior já estava pela casa do namoradinho, e chegamos à casa do Paulo
ali pelo meio dia, quando ele já estava reclamando, de boa, pois queria que a
gente tivesse chegado mais cedo.
Apresentamos as mulheres, apresentamos os
filhos, fizemos a primeira rodada de caipirinha e cerveja, depois a segunda...
(continua)
Estou contando esta história nem sei bem por que. Ou até sei. Já vai para o terceiro ano que estou aqui em São Paulo, foragido e me cagando de medo toda vez que vejo uma pessoa que penso ser conhecida. Nem preciso dizer que vivo de forma solitária também e esse é com certeza um dos motivos para eu escrever. É uma forma de passar o tempo.
E quando digo que vivo com medo, nem é tanto
pela minha vida, mas, sim, por algo muito pior: o medo de ser castrado, capado,
ter o negócio cortado e jogado pros cachorros. Foi o que prometeram fazer
comigo, e minha única salvação é que nunca me encontrem. Por isso, não vou dar
muitos detalhes sobre a minha localização.
E tudo isso simplesmente porque comi a bunda
do filho do patrão e a bunda da filha do patrão; um rico fazendeiro da região
Noroeste de São Paulo.
Aconteceu mais ou menos assim.
Foi a mais ou menos três anos e na época eu
estava com 25 anos de idade. Trabalhava na fazenda já fazia seis anos e, como
bom empregado que era, fui ganhando a confiança do patrão e dos seus familiares
e também assumindo cargos menos degradantes do que simplesmente cortar cana. Na
época em que o caso ocorreu eu trabalhava como uma espécie de motorista da
família, mas fazia também outros serviços.
Como sou um tanto ambicioso, sempre me esforcei
para estudar, mesmo quando enfrentava longas jornadas diárias com um facão na
mão. E foi por isso, reconhecendo o meu esforço, que os patrões sempre me deram
a maior força.
Mas tem aquela coisa que fica tentando,
tentando, e acaba estragando a vida da gente.
Os patrões moravam na cidade e tinham dois
filhos que gostavam de estar na fazenda. Um era o Bruno e o outro ou, melhor, a
outra, era a Amanda. Era uma gracinha de menina...
(continua)