O
Não sei se alguém vai acreditar, mas…
Muita gente não tem fé, não acredita em certas
coisas, certos acontecimentos, mas a verdade é que, como já se diz faz tempo,
existe muito mais entre o céu e a terra do que pode supor a nossa vã filosofia,
como, por exemplo, o pó de asterisco ou, na verdade, pó de buceta.
Melhor contar os fatos do que tentar explicar.
(...)
Juliano, 32 anos de idade, casado desde os
20, era o tipo de sujeito fiel por imposição da natureza, pois, se de um lado
não possuía nenhum atrativo físico para as mulheres... quer dizer, era feio que
doía, do mesmo lado era o sujeito mais tímido e mais sem sorte que já habitou
esse planeta... não pegava ninguém.
Nos seus tempos de oitava série e de colégio foi
apaixonado, apaixonadíssimo, por uma menina chamada Maria Izabel, tinha amizade
com ela, nunca foi distratado por ela, mas nunca teve coragem de declarar a sua
mais sincera paixão.
Juliano via a menina começar seus namoricos com
outros meninos, sofria com isso, mas sofria calado.
O tempo os afastou, mas tudo indica que ele nunca a
esqueceu de verdade, mesmo se casando com outra.
Muito se perguntou como foi que Juliano conseguiu
arrumar uma namorada e casar, e muito se explicou que foi coisa meio natural,
convivência na igreja, conivência das famílias ou, na verdade, aquele tipo de namoro
e casamento quer acontece de forma espontânea.
Por isso e tudo o mais, Juliano era fiel e
comportado, o que não significa dizer que nas suas andanças oníricas ele não
andava pegando meio mundo, desde a aquela irmã boazuda da igreja, casada com o
pastor, até a sua própria cunhada, que também tinha um corpo bastante atraente.
O homem sonhava com a cunhada, com a irmã da
igreja, com a irmã da irmã da igreja... quer dizer, com todas, mas mantinha os
seus desejos nos sonhos apenas, não saía disso, não se arriscava a dar um passo
em falso... afinal, era tímido, era feio, e era pobre.
Pobre homem!
Pobre homem! Vale repetir.
Tanta fidelidade para, num certo dia, chegar em
casa num momento em que não devia chegar e encontrar a sua esposa aos gritos e
gemidos, sobre a cama do casal, com outro homem... alguém lá da igreja.
Juliano sentiu o sangue ferver e a única coisa que
lhe ocorreu foi pegar a arma que mantinha escondida no guarda roupa e dar cabo
da vida dos dois.
Entretidos na sacanagem, o casal sequer percebeu a
presença de Juliano no quarto.
O homem já havia atingido o seu gozo e se
esforçava, então, para fazer a mulher gozar também... ela estava próxima de
chegar lá, gemia, gritava, pedia para ele ir mais rápido, mais fundo.
Dois tiros.
Uma dessas coisas que não se consegue explicar foi
como o homem, o invasor, que num segundo estava sobre o corpo da amante, no
segundo seguinte já havia pulado a janela e corria pelo condomínio, ganhava a
rua, sem se importar se estava pelado, com as coisas balançando.
Sorte dele que a amante morava no primeiro andar.
Outra coisa que se explica facilmente, foi que a
mulher continuou gemendo e gritando, agora já não mais de prazer, mas, sim, de
dor, de agonia.
Bom... mas isso foi coisa que se explicou depois,
pois no momento, o próprio Juliano não compreendia duas coisas:
Primeiro... como a mulher podia gozar com aquele
escândalo todo, já que nunca fizera isso com ele?
Segundo... por que ela tanto gritava de dor, se ele
havia atirado para o chão?
Os dois tiros foram só para assustar, conforme lhe
pediu o seu anjo da guarda, que lhe deu calma nessa hora.
Ele não entendia, só lhe foi explicado depois, que
a mulher estava morrendo de ataque cardíaco.
E morreu gozando ou gozou morrendo, não se sabe.
(...)
Pobre homem!
Além de descobrir que era o maior corno da
história, ainda foi preso por tentativa de homicídio.
E de pouco adiantou ele jurar que não tinha
intenção de matar ninguém, passou quase um ano preso, até ser absolvido às
custas de um bom dinheiro, quase tudo o que possuía, para um bom advogado.
(...)
Livre, voltou para casa, pensando em reconstruir a
vida, tentar apagar as lembranças, esquecer a traição... foi logo conversando
na imobiliária e mudando de apartamento, do primeiro andar para o décimo
quarto.
Sua ex-cunhada, sempre solícita, o ajudava na
mudança das coisas mais leves e, ao mesmo tempo, retirando da frente dele as
coisas que pertenciam à irmã.
Seria melhor mesmo que não deixasse nada que
fizesse o homem lembrar e sofrer mais.
Já estavam no apartamento novo, quando ela apanhou
uma caixinha e perguntou se ele queria guardar ou que ela levasse.
- São as cinzas dela. – disse a mulher.
- Cinzas... cinzas daquela desgraçada! Me dá aqui
que vou jogar no vaso... ela merece ir pra merda.
Seguiu-se então uma pequena luta, na qual a mulher
defendia a caixa com as cinzas da irmã, enquanto que ele tentava tirar das mãos
dela para jogar com a descarga.
E nesse me dá, não dou... a caixa se abriu e um
pouco daquele pó escapou na direção da mulher.
Juliano não podia acreditar no que viu logo no
momento seguinte.
Os olhos da cunhada brilharam, seu corpo
estremeceu... e a mulher, antes tão casta, tão séria, tão puritana, de repente,
avançou sobre ele com olhares lânguidos, a língua de fora, as pernas querendo
entrar pelo meio das pernas dele, os seios sendo descobertos por suas mãos
ávidas.
Já estavam na cama.
Comeu a cunhada.
Foi uma comida rápida, do tipo levantar o vestidão,
arrancar a calcinha, baixar as calças... mas foi uma comida memorável, um fato
inédito, um feito e tanto para ele, que nunca havia comido ninguém além da
própria mulher, aquela infiel.
E não foi a única vez que comeu a cunhada.
No dia seguinte, tão logo se despediu do marido,
que saía para o trabalho, ela procurou o Juliano para dizer que estava morrendo
de vergonha, que aquilo não podia ter acontecido, que nunca mais ia acontecer,
que ela não era desse tipo, que...
Mas bastou ela pegar a caixinha fúnebre, que, por
conta da transa, havia sido esquecida sobre um armário, ainda suja por fora com
as cinzas, o pó, para, novamente, ocorrer a transformação... voltou a ser do
tipo.
E passaram a manhã toda esquecidos da vida, fazendo
coisas que nem ele nem ela alguma vez havia imaginado fazer.
- Sodomia é pecado grave, Ju... vou para o inferno.
- ela dizia, de quatro na cama, a cabeça enfiada no lençol, a bunda lá em cima,
toda arreganhada.
- Vai pro inferno? Vai dar o cu pro capeta? - perguntava
ele, intercalando retiradas e fortes estocadas no rabo da, até então, casta
mulher.
- Vou... vou... - ela rebolava... digo, falava.
Findo o tempo que eles tinham, mais um
arrependimento.
- Meu Deus! Como isso foi acontecer? Preciso me
confessar... - ela foi dizendo, colocando o vestido, pegando a caixa com as
cinzas da irmã, e saindo.
Nem lembrou de vestir a calcinha.
E passou a evitar qualquer contato com ele.
E nem adiantou Juliano olhar para o concunhado com
ares de superioridade, por estar comendo a mulher dele, porque já não comia
mais.
O máximo que ele conseguiu foi devolver a calcinha,
quando, então, ela disse que já havia se confessado ao pastor e jurado que
aquilo nunca mais ia acontecer. Não ia mais tocar no assunto.
Confessou ao pastor... - ficou pensando Juliano. -
Pobre marido! O casal lá, na igreja, o pastor olhando pra ele, sabendo que ele
era ou, pelo menos, já havia sido corno.
Juliano se regozijava tanto do seu feito, que até
esquecia que algum tempo antes era ele que estava nessa mesma situação.
Triste os outros saberem e você não.
Mas alguém mais ia coçar a testa sem saber por quê.
Quando casado, Juliano era do tipo que largava todo
o serviço da casa por conta da mulher, e então, sozinho, mal conseguia preparar
alguma coisa para comer.
Na verdade, comia mais fora, no serviço, no
restaurante da esquina, do que em casa.
Quanto ao outro comer, já se iam mais de três
meses, desde aquela manhã com a cunhada, que ele não comia ninguém.
Tímido como era, não chegava em ninguém, nem mesmo
naquelas assanhadas da firma que, sabidamente, todo mundo comia. Ele era mais
que tímido, tinha um certo medo de fazer certas propostas.
Todo mundo come, menos eu... - ele ficava pensando.
E foi então que teve a ideia. Ligou o computador,
que fazia tempo estava ali, sem ser usado, digitou umas palavras, foi
procurando, pegando jeito... contatou e contratou uma garota de programa.
Serviço em domicílio, boa parte do salário no
investimento, mas valia a pena... menina bonita, muito jovem ainda,
iniciante... ele acreditou.
Acreditou tanto que, de repente, se desesperou com
a casa naquela bagunça toda, não podia receber a menina ali.
Correu a falar com a dona Eufrásia, uma vizinha que
trabalhava como diarista, mas deu azar, pois a mulher já estava com os dias e
as horas tomadas, de tanto serviço.
Azar?
- Mas se o senhor não se importar, e se for para um
dia só, posso mandar a Tuna... ela está mesmo precisando de algum para
completar o dinheiro da falcudade.
Coitada da mulher, que não sabia sequer falar
faculdade, e que ainda colocava a própria filha a trabalhar.
Azar?
A Tuna, filha da dona Eufrásia, tinha 19 anos e
era... era... era tudo o que Juliano podia desejar na cama.
Na cama, no sofá, no chão, sobre o fogão...
Que pedaço de mal caminho!
Pena ser uma moça tão educada e tão dedicada ao
namorado.
Juliano olhou, desejou, imaginou, olhou mais uma
vez, mas não falou nada, não se encorajava a nada, temia pela resposta, pela
reação... até que a moça se ajoelhou na sala e ficou meio de quatro para
enxergar melhor e limpar sob o armário.
Juliano não precisou falar nada, foi a moça quem
falou.
- Este armário deve ter cupim, senhor Juliano...
tem um montinho de pó aqui que parece...
- Parece o quê, moça? - perguntou ele, já se
colocando em pé, ao lado dela.
- Parece... não sei... - ela foi dizendo, ainda
ajoelhada, mas agora segurando as pernas dele, subindo a cabeça, levando as
mãos ao volume que ele já formava sob a calça, abrindo o zíper...
Que chupada!
Que chupetinha!
Que boquete!
Que mamada!
Foi coisa tão estupenda para Juliano que, com
certeza, a única descrição suficiente foi que em poucos minutos ele já
pressentia que ia inundar a boca da menina... tentou tirar, tentou,
desesperadamente, tirar, nunca tinha feito isso na boca da esposa e nem da
cunhada.
Mas a menina o segurou, e ao segurar, apertando
fortemente a base do pau, só fez retardar um pouco mais a ejaculação que, dado
o tesão crescente, logo aconteceu.
E que ejaculação!
Juliano sabia, sempre soube, que a sua capacidade
ejaculatória era a única coisa que ele tinha de destaque na sua vida sexual,
ainda mais quando estava assim, a seco por muito tempo... era coisa, foi coisa,
de meio copo americano pra mais.
Exagero à parte, o real é que a moça ficou com a
boca duplamente cheia, de pau e de porra, vazando, caindo sobre os seus
peitos... e isso era o que ela mais queria naquele momento, sentir o homem por
inteiro na boca, nos seios, espalhar com a mão.
Mas não era apenas isso que ela queria.
Depois de se deliciar naquela brincadeira ela se
levantou, se desnudou, desnudou Juliano, arrastou-o para a cama que antes ela
havia arrumado e, pela primeira vez, Juliano teve de sentir o gosto do próprio
esperma, de tanto que a moça o beijava, enquanto cavalgava o seu corpo, se
espetava no seu mastro.
Mais uma manhã perdida... quer dizer, mais uma
manhã virtuosa para Juliano que, mesmo tendo de passar toda a tarde fazendo a limpeza
que a moça não havia feito, ainda assim estava mais feliz que cachorro quando
avista o dono chegando.
Ele cantava, dançava, dava uns giros meio
diferentes no corpo, relembrava.
- Que pau gostoso, Juliano!
- Pau... tá de gozação... com esse tamanho?
- O que tem o tamanho? É o tamanho ideal, sabia?
- Ideal?
- Hum hum! Ideal, sim, gostoso, sim... quero ele
atrás também.
- Atrás... no...?
- Isso mesmo. Come a minha bunda! Enfia ele no meu
cu, goza no meu cu, goza...!
Que moça depravada! - Juliano pensava, enquanto
seguia com a limpeza e arrumação da casa. - A moça que parecia tão certinha,
tão purinha...
Que depravação maravilhosa! - ele continuava
pensando. - Sua mulher nunca tinha sido assim... com ele, não.
Estava ainda feliz e saltitante, quando se agachou
para olhar sob o armário, ver o pó de cupim que a moça havia falado.
Havia mesmo um montinho de pó, que ele logo começou
a puxar com os dedos para mais perto, a fim de apanhar depois, com a ajuda de
uma folha de papel ou do aspirador de pó.
Tocou a campainha.
Abriu a porta e surgiu à sua frente uma menina que
ele logo acreditou ser uma vizinha, de tão moça e tão bonita que ela era…
morena de olhos claros, corpo miúdo, esbelto, seios pronunciados, mas não
exagerados... ele ainda conferia a menina, quando ela abalroou seus
pensamentos.
- Juliano?
- Sim!
- Sou a Lorenza.
- Lorenza…? – ele perguntou, fazendo ar de que não
estava entendendo nada.
- Combinamos para hoje... – disse a moça, a menina,
a coisinha linda que estava à sua frente.
- Combinamos...? Ah...! Sim! Perdão! É que eu
estava com a cabeça... entra, entra, por favor... – foi falando e pegando a mão
dela para fazê-la entrar.
Claro que ele não estava acreditando que a garota
de programa que ele havia contratado fosse, realmente, alguém de tão pouca
idade e de tão rara beleza.
Até havia acreditado no início, mas depois que
pensou melhor concluiu que só podia mesmo esperar uma… bom… no mínimo uma
mulher de idade avançada, desgastada pelo trabalho na horizontal… jamais aquela
fofurinha.
E a fofurinha tinha ainda uma surpresa a mais para
ele.
Depois de segurar e apertar a sua mão, ela começou
a se por na ponta dos pés para poder beijá-lo… seus olhos brilhavam, seu
corpinho parecia vibrar, ela parecia um tesão só.
- Não sabia que vocês beijavam… - ele conseguiu
falar, no intervalo do quinto para o sexto beijo.
E falou isso porque já tinha lido sobre “mulheres
da vida”, sabiam que elas não beijavam ou, pelo menos, era isso que ele
acreditava.
- Não só te beijo, como vou te beijar muito… vou
beijar e fazer mil coisas também.
- Mil coisas?
- Mil coisas… você nem imagina o tesão que estou
sentindo.
- Você com tesão…? Mas vocês… vocês costumam…
costumam gozar também, enquanto atendem?
- Não costumo… mas com você quero gozar e gozar
muito… você nem imagina o quanto eu quero.
Claro!
Juliano logo deduziu que aquilo só podia fazer
parte do pacote, uma estratégia, uma encenação para agradar o cliente,
conseguir novos chamados... tudo isso aí.
Mas logo, também, ele começou a perceber que ou a
moça-menina encenava bem demais ou ela estava realmente uma pilha com carga
total... disposta a se descarregar nele.
Ele já estava descarregado... quer dizer, já vinha
de umas boas rodadas de sexo com a filha da dona Eufrásia, pensou até em adiar
o encontro com a garota, deixar para um outro dia.
Mas ele que não fosse louco de fazer isso, seria
realmente um louco se fizesse isso, se dispensasse a garota que, nem viu como,
já tinha se colocado nua e já o desnudava também, arrancado a sua roupa e
vasculhando o seu corpo todo, do pescoço aos joelhos.
A garota apalpava, apertava, unhava, beijava,
lambia, mordia, deixava marcas... e manuseou o pau de um jeito que ele quase
dobrou de tamanho, fazendo Juliano pensar em mil loucuras.
- Se soubesse que era assim... jamais teria casado,
jamais teria passado por privações sexuais. - pensava o já excitadíssimo homem.
E enquanto pensava, a garota já o cavalgava, já se
desmanchava toda numa louca e frenética subida e descida do corpo, querendo ser
socada, fazendo-se ser socada, cada vez mais fundo.
Não satisfeita, saiu da posição ajoelhada e ficou
de cócoras... agora Juliano podia ver o seu pau aparecendo e desaparecendo,
aparecendo e desaparecendo... via também o corpinho esguio, os seios
balançando.
Via e ouvia os gritos da garota a cada vez que ela
sentava, sempre mais forte, fazendo-se tocar nos seus pontos G, H, M, Q e,
talvez, até o Z.
O orgasmo, os orgasmos... difícil, impossível mesmo
descrever, tantos os dela quanto os deles.
Na verdade, ela gozou muito mais que ele, tanto na
quantidade de orgasmos quanto na intensidade.
E gozou cavalgando, de quatro, de frango assado, de
tudo quanto foi jeito e em todos os seus buracos... gozou até se dar por
satisfeita, lá pelas tantas da noite.
- Vixe! - ela disse, quando viu que já passava da
meia noite.
- O que foi? - perguntou Juliano, quase morto ao
seu lado.
- Eu tinha um cliente às dez horas... já era. - ela
explicou.
- Ficou na mão... só não vá me cobrar pelo horário
dele também. - brincou Juliano.
- Cobro não, pode ficar sossegado. Na verdade, eu é
que tenho de te pagar.
- É mesmo?
- É não é? Vim aqui para trabalhar e acabei...
- Acabou o quê?
- Acabei gozando mais que você... não sei o que me
deu.
- Como, assim, não sabe? Isso tudo não é parte do
seu trabalho?
- Claro que não...! Quer dizer, até faz parte ser
carinhosa, fazer coisas gostosas, como se fosse uma transa normal...
apaixonada... entende? Mas eu passei da conta, foi mais que paixão, foi tesão
mesmo, coisa violenta.
- Coisa violenta?
- É... Parece até que tinha ou tem alguma coisa...
desde que entrei... não sei... senti algo... não sei o que é.
Se ela não sabia, ele também não, e nem procurava
saber, pois, na verdade, ainda acreditava, embora já nem tanto, que aquilo tudo
fosse mesmo encenação.
- Mas como é que alguém pode encenar tão bem desse
jeito? - Juliano se viu perguntando, de repente, depois que pagou um táxi para
a garota voltar para casa, e já havia quase desmaiado na cama.
E foi naqueles momentos entre a vigília e o sono
que ele começou a costurar as coisas.
Sua cunhada e as cinzas do cadáver daquela
desgraçada, as cinzas que se espalharam sobre a mulher quando ele tentou tomar
a caixa das mãos dela.
Sua cunhada, no dia em que, finalmente, levou
embora a caixa com as cinzas.
A filha da dona Eufrásia, a Tuna, moça mais que
discreta, mas que se transformou depois que descobriu aquele pó de cupim sob o
armário.
A prostituta... quer dizer, a garota de programa,
menina ainda, que fez com ele coisas que, ao que se sabe, uma profissional do
sexo não faz... e disse que parecia haver alguma coisa.
Que coisa?
Pó de defunta puta, pó de cupim... mas e a
Lorenza... pó de quê?
Pó de aperto de mão, pó que estava na mão dele,
depois que ele mexeu no pó de cupim, pó de...
Será? - explodiu Juliano, num sobressalto sobre a
cama, completamente esquecido do seu cansaço por todo aquele dia de sexo.
Não conseguiu mais dormir... não enquanto não
arrancou uma luminária da parede para iluminar sob o armário e descobrir que
aquilo não era pó de cupim... era pó da puta da sua mulher, pó que havia caído
da caixinha de cinzas.
Juliano dormiu, finalmente, mas só depois de fazer
quatro mil e seiscentas perguntas, achar outro tanto de respostas e, no final,
ficar com uma pergunta só...
- Será?
Só lhe restava fazer um teste.
Claro! Para fazer o teste Juliano precisava antes
colher com todo o cuidado aquele pó sob o armário, guardar num recipiente... e
achar alguém em quem testar.
O estranho é que ele olhava para aquela minúscula
quantidade de pó guardado num vidrinho e, por mais que tentasse, já não
conseguia se referir à sua falecida esposa como uma puta, uma desgraçada.
Não entendia muito bem ainda por que isso
acontecia, mas se sentia um tanto melhor, mais em paz, enquanto pensava em quem
fazer o teste.
Pobre moça da peixaria!
(...)
Não era, assim, aquele primor de mulher ou, na
verdade, não estava vestida aparentando aquele primor todo, não pela sua falta
de beleza, mas, sim, por estar metida naquele avental de plástico, naquela
touca prendendo os cabelos e naquele par de galochas cobrindo o calçado, tudo
branco... parecia a moça da peixaria.
Mas era a moça da peixaria.
Havia subido no prédio para fazer uma entrega a uma
velha senhora, vizinha de Juliano, e já estava a descer, esperando o elevador,
quando ele a interpelou... vinte e dois minutos depois, ela deixava o
apartamento dele, quase cambaleando.
Feliz moça da peixaria!
- Nossa...! O que deu em mim? - ela se perguntava e
falava, ofegante.
Pobre namorado da moça da peixaria!
Ela só foi embora mesmo porque não havia mais
ninguém para tomar conta do estabelecimento. Não fosse isso, teria passado o
resto do dia com ele.
E tudo porque ele, num pensamento rápido, seguido
de um gesto mais rápido ainda, havia apanhado um tanto de pó daquele vidrinho e
depositado no ombro dela, fingindo tirar um bichinho.
- Funciona! Funciona! - era o único pensamento que
agitava a cabeça de Juliano nas horas e nos dias que se seguiram.
Na verdade, ele tinha dois pensamentos quase fixos.
- Vou comer todas! Vou comer todas!
E comeu.
(...)
A feliz vítima seguinte foi a Arlete, sua colega de
trabalho, a quem ele ofereceu carona, colocou a mão em seu braço para dar um
beijinho de despedida, e ela nem saiu do carro... rumaram para o primeiro
motel.
A Arlete era casada, um tanto nova ainda, bonita,
corpo nas medidas, mas Juliano decidiu que ela não contava pontos, pois ele não
havia sido o primeiro nem o vigésimo primeiro da firma que já tinha comido...
pelo que ele já tinha ouvido falar, e pelo que imaginava, ela não valia o pó
que ele havia gastado.
Juliano percebeu que tinha o poder, e que esse
poder devia ser usado apenas com aquelas que valessem a pena.
Valeu a pena com a dona Rute, antiga funcionária da
firma, senhora do mais puro recato, de quem ele nunca tinha ouvido falar coisa
alguma que a desabonasse, mas que se desabonou toda, ali mesmo na firma, na sua
sala, antes mesmo de terminar o expediente, sob o risco de serem flagrados,
demitidos.
Valeu a pena com a universitária... uma das
universitárias do prédio, que estava estacionando o carro, chegando da
faculdade. Juliano pretendia conduzi-la até o seu apartamento, mas foi no
apartamento dela, cinco andares abaixo do seu, um tanto no silêncio, por causa
dos pais que dormiam.
Juliano começou a desconfiar que, à exceção da
Arlete, a quem teve tempo de levar a um motel, com as outras foi tudo coisa
imediata... foi passar o pó e a coisa já acontecia, no momento e no lugar em
que estavam.
Nem sabe como a universitária ainda esperou saírem
do elevador e chegar ao apartamento dela.
Outra coisa que percebeu foi que era tudo coisa de
momento, e só do momento, pois nenhuma das mulheres o procurou depois, querendo
mais.
À exceção da Arlete, as únicas que o procuraram
depois, tocando no assunto, foi para dizer que aquilo não podia ter acontecido,
que não sabia como aconteceu, que era coisa para ser esquecida.
- Calma! Pode ficar sossegada. Ninguém vai ficar
sabendo... - eram as palavras de Juliano para tranquilizar aquelas incautas
mulheres.
E outra coisa mais que Juliano descobriu, então,
que também ele não se interessava mais ou, pelo menos, não se interessava
tanto, por aquelas mulheres já comidas. Algo lhe dizia, lhe perguntava, por que
fazer repeteco, se existem tantas outras mulheres que valiam a pena?
A Cristina, balconista da padaria próxima à sua
casa, a Cleide, gerente do supermercado, a Glória da farmácia, a Jaqueline, a
Nídia, a Renata, a... nem podia acreditar que até aquela colegial com quem
cruzava todos os dias, ele a caminho do trabalho, no seu carrinho, ela naquele
uniforme sedutor... os dois no banco de trás do carro e, plena luz do dia, da
manhã...
Certo que era um dia de muita chuva e isso ajudou
tanto na carona quanto na ocultação dos seus atos, mas, ainda assim, Juliano
sabia que era obra daquele pó.
Só que o pó estava acabando.
(...)
Usa com uma, usa com outra, outras, dezenas... umas
dezesseis, pelo que ele lembrava de contar, e Juliano se deu conta,
estarrecido, que umas quatro ou cinco mais e já era, não haveria mais pó.
Desespero.
Entrou em recesso, chego mesmo a parar de comer, a
não ser a Arlete e mais umas duas ou três que teria comido, mesmo sem o pó, não
fosse a timidez crônica que ainda carregava, e que podia continuar comendo, já
que o negócio delas era mesmo dar.
Mas não tinha muita graça... repeteco é coisa
fácil.
O bom mesmo eram aquelas que ele tinha de tirar do
bom caminho, mesmo que fosse por algumas horas, alguns minutos apenas.
Se antes já estimava aquele vidrinho com o pó,
agora, com um restinho apenas, passou a guardá-lo como se fosse o maior tesouro
do mundo... era o seu maior tesouro, muitas bucetas já haviam se rendido a ele,
muitas mais haveriam de se render.
Mas como?
Depois de quase dois meses só nos repetecos, e
depois de tanto pensar, Juliano achou que tinha encontrado uma solução.
No seu trabalho, além da Arlete e de algumas mais
que davam mais que chuchu na cerca, várias outras mulheres já haviam
experimentado o pó, já haviam se entregado e se desmanchado sob o efeito
daquela coisa um tanto misteriosa, a exemplo do que havia acontecido com a dona
Rute.
Juliano até podia ter comido muitas outras ali da
firma, mas foi a própria dona Rute, a primeira de todas que valeram a pena,
quem o impediu de fazer isso.
Na verdade, ela não pediu, não ameaçou, não fez
nada disso, apenas o procurou, tal como o havia procurado a sua cunhada, para
externar o seu arrependimento e pedir segredo, o mais absoluto segredo.
Isto feito, Juliano tinha consciência de que não
podia se dar ao prazer luxurioso de vir a prejudicar mulheres, moças, senhoras,
no seu local de trabalho.
Mas, mesmo assim, prejudicou... pelo menos uma
delas ele prejudicou.
E prejudicou uma das mulheres mais quietinhas e mais certinhas que ali trabalhavam... a Bárbara, moça que ele já conhecia desde antes dessas ocorrências todas e que, sabidamente, era mais que fiel, primeiro ao namorado, agora ao marido, o mesmo homem, com quem ela tinha dois filhos.
A moça, mulher, na verdade, com seus 33 anos, mas
ainda bastante jovial, formada em Química, dirigia o laboratório da firma, onde
desenvolviam produtos para limpeza em geral. Andava sempre com um jaleco branco
e Juliano, mesmo já tendo amizade, aproveitou para puxar conversa e se
aproximar um tanto mais.
- Bom dia! Tudo bem, doutora?
- Não sou doutora, apenas tenho formação em
Química.
- Pois para mim é doutora, sim... Escuta, como boa
doutora que você é, me diga se é possível reproduzir um certo produto...
Seguiram-se vários dias de conversas entrecortadas,
no cafezinho, no almoço, e até no final do expediente, para que Juliano
conseguisse explicar à mulher o que, exatamente, ele queria.
- Acho que agora entendi, Juliano. Você quer que eu
sintetize uma certa substância, um certo pó... Mas que pó é esse?
- É... quer dizer... prefiro não dizer. Segredo
meu.
- Então não deve ser coisa boa...
- Não. Ao contrário, é coisa boa, sim. Muito boa,
por sinal. Por isso é que eu quero fazer mais... quer dizer, que você faça mais
para mim.
- Não é coisa ilegal, droga...?
Pobre moça!
Se ela soubesse.
(...)
Juliano entregou a ela uma quantidade mínima
daquele pó, guardada numa folha de papel dobrada.
Entregou num dia de manhã, e na tarde daquele mesmo
dia Bárbara estava demitida... ela e o rapaz que trabalhava como seu
assistente, os dois flagrados nus no laboratório, depois de haver atraído
outros colegas com seus gemidos, gritos, e o barulho de frascos, vidros e
outros objetos quebrados.
Juliano não conseguia entender direito o que tinha
acontecido ou, na verdade, entendia, sim, depois de algumas suposições e
deduções.
No mínimo, - ele pensava. – Ela devia ter manuseado
o pó na frente do rapaz e se transformado, o que significava dizer que a coisa
não acontecia só com ele… acontecia com quem estivesse na frente da mulher.
Sentiu-se culpado por ter prejudicado os dois,
principalmente ela, e tratou de procurá-la, coisa que lhe trouxe um certo
alívio, mas, também, uma desconfiança.
Um certo alívio, porque a moça lhe contou que já
tinha outra coisa em mente e que a perda do emprego não afetava em nada a sua
vida... desde, é claro, que o marido não viesse a descobrir o motivo da
demissão.
Uma desconfiança, porque descobriu que a Bárbara
conhecia a sua falecida esposa.
- Foi nos tempos de colégio. Ela tinha alguns anos
mais que eu, mas nós duas gostávamos do mesmo menino. Ela namorava com ele, mas
ele dava de cima de mim e até chegamos a sair algumas vezes. Ela descobriu, me
prometeu uma surra, mas depois acho que foi esquecendo, saiu do colégio… Foi
até um choque para mim quando te conheci na firma e descobri que estava casado
com ela.
E agora? – perguntava-se, Juliano.
Haveria alguma relação entre uma coisa e outra?
Por que só a Bárbara saiu prejudicada nesse rol
todo de mulheres que ele comeu com a ajuda daquele pó?
Ajuda, não… quer dizer, o pó foi muito mais que
ajuda, foi decisivo, não fosse por aquelas cinzas e ele continuava sem comer
ninguém, como antes.
Agora, mais do que nunca, ele precisava reproduzir
aquele pó… precisava sintetizar o produto.
E eis que surge a Maria Izabel...
(...)
Ressurge a Maria Izabel... aquela antiga e, talvez,
única paixão de Juliano dos tempos de adolescência. Nada mais nada menos que a
Maria Izabel foi quem ele passou a ver na firma, usando um jaleco branco.
No início, vendo apenas de longe ou de relance, não
a reconheceu, via nela apenas a nova Química que haviam contrato para o lugar
da Bárbara, que fora demitida por sua causa.
Mas certo dia, ao sentar próximo a ela no
refeitório, não apenas a reconheceu como também foi reconhecido.
- Mas claro que lembro de você! – ela foi falando.
– A Nara achava você tão fofinho, vivia te olhando, provocando…
- Ela me provocava…? – ele perguntava, duvidando
que aquela antiga colega dos dois realmente olhasse pra ele.
Alguém me provocava?
Juliano não podia acreditar nisso.
Mas, resolvido a deixar a Nara para depois, Juliano
logo deu um jeito de pedir à Maria Izabel a mesma coisa que antes havia pedido
para a Bárbara.
- Só tem uma coisa. – ele tratou de ir logo
dizendo. – Quando você for manusear esse pó, examinar, fazer testes, sei lá
mais o quê… certifique-se de estar sozinha, sem ninguém por perto.
- Sem ninguém por perto… Mas por que isso?
- Não sei te explicar. Mas faça isso… faça tudo
sozinha, sem ninguém por perto.
Maria Izabel não entendeu nada, mas prometeu que ia
examinar aquele pó no pequeno laboratório que tinha em casa, o que deixou
Juliano menos apreensivo, pois se acontecesse qualquer coisa, seria entre ela e
o próprio marido… quer dizer, não ia causar problema algum.
E aconteceu.
Aconteceu que só uma semana depois ela o procurou
para falar do resultado e também se desculpar pela demora.
- Sabe, Juliano… sei que não tem nada a ver, pois
nem acredito nisso, mas parece que tem alguma coisa estranha com esse pó.
- Coisa estranha… como assim?
- Por quatro dias seguidos, que tentei fazer os
exames lá em casa, acabei brigando com o meu marido…
- Brigando?
- É… cada briga feia! – ela falou, ao mesmo tempo
em que mostrava com os dedos que era briga entre aspas.
- Então foi bom. – ele disse.
- Acho que sim… e acho também, quer dizer, tenho
certeza, de que o pó não tem nada a ver com isso. Talvez tenha sido o fato de
eu ter te reencontrado, relembrado coisas dos meus tempos de colégio… sabe…
aqueles meninos todos…
- Sei… aqueles meninos todos, menos eu.
- Quem gostava de você eura a Nara… Mas, voltando
ao pó… quer dizer, falando do pó, ou eu tenho de refazer todo o meu curso de
Química novamente ou aquilo lá é pó humano… parece de algum corpo incinerado,
cremado…
- Mas é!
- É?
- É claro que não! Imagina se vou andar por aí com
pó de gente morta. – ele riu, sem entender muito bem por quê, como também não
entendia a razão para ter mudado de ideia tão rapidamente… ia contar a ela que
era o pó da sua mulher, mas, de repente, veio a ideia de não contar nada. – Mas
você pode fazer mais dele? – perguntou.
- Sintetizar esse pó? Como é que eu posso
sintetizar o pó de um cadáver, Juliano? – a moça perguntou e também deu sinais
de que não estava muito interessada em prosseguir com aquilo, não tinha como
ajudá-lo, mesmo porque, não sabia o que ele pretendia, o que era aquela coisa
toda.
Difícil acreditar, mas Juliano assaltou um
crematório.
(...)
Dois dos homens que tomavam conta daquela parte do
cemitério não conseguiram explicar direito como havia acontecido o roubo, e só
souberam explicar aos policiais que tinham notado um homem que fazia mais de
uma semana ficava por ali, sentado num canto ou outro, como se estivesse
pensando, meditando.
- Só pode ter sido ele. – afirmou um dos homens. –
Preparamos as caixas com as cinzas como sempre fazemos, deixamos na prateleira
lá no fundo até a família vir buscar, e entregamos mediante recibo… mas, quando
vimos, havia sumido duas caixas.
- E ninguém mais tem andando por aqui a não ser
aquele homem… e ele sumiu também, depois que as caixas sumiram.
A polícia continuou com a investigação, fez retrato
falado do Juliano, mas não conseguiram descobrir nada. Voltaram as suas
suspeitas para os próprios funcionários.
Mas por que alguém iria roubar cinzas de um
defunto?
Juliano sabia por que.
(...)
Colocou tudo aquilo num pote de plástico e levou
para a Maria Izabel, na firma. Entrou com ela no laboratório, mostrou aquele pó
todo, mostrou o seu vidrinho com o restinho de pó, pediu que ela comparasse os
dois para saber se eram iguais…
A moça parecia incrédula, sem querer acreditar que
ele tivesse conseguido ou como ele tinha conseguido aquele pó de pessoas
cremadas. Mas como era um antigo amigo, concordou em comparar as duas
substâncias.
Mas deu o azar… ou a sorte, de começar a manusear
os dois pós ali mesmo, no laboratório, igual havia feito a sua colega bárbara.
E quando Juliano se deu conta disso, já era tarde,
ela já estava se insinuando pra cima dele, abrindo a roupa, expondo os seios.
Juliano só teve a ideia, e o tempo, de trancar a
porta por dentro, para, logo em seguida, outra ideia que teve, levar a Maria
Izabel até um canto nos fundos do laboratório, longe da porta e também de
qualquer outro equipamento, prateleiras.
Foi ali, naquele canto, e no chão, que ele comeu o
grande amor da sua vida, a sua paixão antiga.
E comeu até não querer mais, para além do final do
expediente.
O porteiro bem estranhou a moça saindo tarde,
dizendo que estava resolvendo um trabalho, e logo depois saindo o Juliano, com
a mesma desculpa. Estranhou, deixou escapar um sorriso de inveja, mas não tinha
certeza de nada.
Juliano já estava pensando na Nara.
Se ela queria dar pra ele naqueles tempos da
escola, agora ele ia comer.
E comeu.
Mas antes, depois da ideia que teve enquanto ainda
estava comendo a Maria Izabel, ele jogou aquele restinho de pó da sua mulher no
pote de plástico de pessoas que ele nem conhecia, mas que sabia, pelas
etiquetas, que eram mulheres também.
Jogou dentro, misturou tudo, e foi testar com a
Nara.
Agora ele tinha pó de buceta para comer bucetas
pelo resto da vida.
Tinha:
(...)
Bom, pelo menos essa é a história que ouvi dele,
logo depois que me comeu, mais uma vez.
Mas eu já era prato da casa e nem precisava do pó,
enquanto que com outras mulheres mais a coisa já não fazia efeito algum.
- Depois que misturei com o pó daquelas duas
mulheres, acabou, posso jogar uma tonelada em cima que nenhuma mulher mais me
dá a mínima.
- Vai ver que você misturou com o pó de duas
crentonas, puritanas... e que não estavam gozando na hora em que morreram.
E essa foi a conclusão a que se chegou.
Juliano, com toda a sua timidez, só tinha, novamente, uma única mulher para comer, uma mulher que todo mundo comia, a Arlete... eu.
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